CONIC MANIFESTA INDIGNAÇÃO DIANTE DA VIOLÊNCIA NO BRASIL
Brasília, 29 jul (RV) - O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC)
expressou sua preocupação com a contínua violência no Brasil, manifestando o sentimento
de "impotência e indignação" ao ver que, nos recentes crimes de repercussão nacional,
sempre estão envolvidos elementos das forças policiais.
"Nos últimos
dias, o serviço policial tem sido foco de críticas em torno de problemas como corrupção,
violência policial, despreparo das forças policiais, entre outros pontos negativos.
A verdade é que a crítica não deveria ser dirigida apenas aos policiais, mas sim ao
modelo de Segurança Pública que temos atualmente em nosso país. A Sociedade Brasileira,
principalmente em ano eleitoral, está farta de discursos em que as autoridades mostram
um Brasil fictício, cheio de números e estatísticas, tentando convencer a população
que tudo está bem" – lê-se na carta publicada ontem.
Como membro
do Conselho Nacional de Segurança Pública, o CONIC afirma que este órgão deveria se
debruçar sobre os temas que realmente afligem a Sociedade Brasileira, procurando ouvir
as vozes dos milhões de brasileiros marginalizados e vitimizados, ou pela ausência
do Estado, ou pela ação dos criminosos, ou ainda pelo despreparo e corrupção de vários
elementos das forças policiais deste país.
"Como Sociedade, não podemos
nos calar diante da violência dos criminosos e, principalmente, diante do envolvimento
de policiais e ex-policiais que deturpam suas funções, passando do lado de herói e
defensor da lei, para o lado de bandidos, corruptos e inescrupulosos" – afirma o CONIC.
O
Conselho condena a omissão do Estado Brasileiro e de seus governantes, o despreparo
na qualificação dos policiais, e a falta de investimento e de valorização do policial
profissional, expressando solidariedade às vítimas.
"Chegou a hora
de soluções definitivas, que transcendam o universo dos discursos e cultivem uma cultura
de paz, da não-violência e de um país no qual crianças, jovens e adultos convivam
em harmonia e tenham sua dignidade respeitada e valorizada" – lê-se ainda no documento,
assinado pelo Presidente do CONIC, Sin. Carlos Augusto Möller, e pelo Secretário-Geral,
Rev. Luiz Alberto Barbosa. Eles concluem a carta pedindo que algo seja feito, "sob
a pena de continuarmos trilhar um futuro cheio de rastros de sangue e inocentes vidas
ceifadas pelo despreparo e pelo descaso do Estado". (BF)