Santiago, 29 jul (RV) – Conclui-se amanhã na capital chilena, Santiago, o seminário
"A pastoral do mundo do trabalho em uma economia globalizada", promovido pelo Departamento
de Justiça e Solidariedade do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM).
A
finalidade do evento é apoiar as conferências episcopais na organização e fortalecimento
da pastoral do mundo do trabalho, incluindo os trabalhadores informais e os desempregados.
Desta iniciativa, participam 35 pessoas provenientes de 14 países da América Latina
e do Caribe.
Na inauguração do encontro, Dom José Luis Azuaje Ayala, membro
do Departamento de Justiça e Solidariedade do CELAM, sublinhou que o mundo do trabalho
é muito complexo, pois lida com a economia, a política, a empresa e a cultura, mas
principalmente com a família.
"Todas estas dimensões que conformam a sociedade
têm um forte impacto na organização e fortalecimento no mundo do trabalho em nosso
continente. Pretendemos refletir para nos aproximar-nos da realidade do mundo do trabalho
e, com criatividade, encontrar novos caminhos de compromisso evangelizador nesta dimensão"
– disse o Bispo.
Citando o Documento de Aparecida, Dom Azuaje recordou Jesus,
o carpinteiro, que dignificou o trabalho e o trabalhador, afirmando que o trabalho
não é um mero apêndice da vida, mas "constitui uma dimensão fundamental da existência
do homem na terra, pela qual o homem e a mulher se realizam como seres humanos. O
trabalho garante a dignidade e a liberdade do homem e é provavelmente a chave essencial
de toda a questão social" (DA 120).
"A opção preferencial pelos pobres e a
situação de injustiça e pobreza que nossos povos vivem, manifestada nos rostos sofredores
(cf. DA 402) – recordou –, devem nos interpelar na busca de novas propostas pastorais
nos diversos países, assim como no exercício da dimensão profética da Igreja, para
compartilhar e acompanhar os que mais sofrem as injustiças do desemprego, do trabalho
infantil e forçado, mulheres maltratadas e exploradas, como também a daqueles irmãos
e irmãs que não têm segurança social ou se veem ameaçados por questões políticas ou
ideológicas. São muitas as realidades de fora que esta dimensão expressa, mas muitas
também são as oportunidades de serviço para a Igreja." (BF)