2010-07-28 20:03:05

Papa Bento XVI ao novo embaixador do Uganda: os frutos da cooperação entre a Igreja e o Estado, de maneira especial nos sectores relacionados com o desenvolvimento, a educação e a assistência médica, são amplamente reconhecidos


Sala Clementina - Quinta-feira, 17 de Dezembro de 2009
DISCURSO DO PAPA BENTO XVI AO SENHOR FRANCIS K. BUTAGIRA,
NOVO EMBAIXADOR DA REPÚBLICA DO UGANDA JUNTO DA SANTA SÉ POR OCASIÃO DA APRESENTAÇÃO DAS CARTAS CREDENCIAIS

Excelência
É-me grato dar-lhe as boas-vindas ao Vaticano, no momento em que Vossa Excelência apresenta as Cartas Credenciais através das quais é nomeado Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República do Uganda junto da Santa Sé. Agradeço as amáveis saudações e bons votos que Vossa Excelência transmitiu em nome de Sua Excelência o Presidente Yoweri Kaguta Museveni. É de bom grado que os retribuo enquanto lhe peço que tenha a amabilidade de comunicar a Sua Excelência e ao povo do Uganda a certeza das minhas orações pelo seu bem-estar.

As relações diplomáticas entre a Santa Sé e a República do Uganda continuam a oferecer numerosas oportunidades de assistência e cooperação mútuas, para o bem espiritual e a prosperidade do povo da sua nação. De igual modo, o clima de liberdade e de respeito na sua nação, em relação à Igreja católica, tem-lhe permitido ser fiel à missão que lhe é própria. Os frutos da cooperação entre a Igreja e o Estado, de maneira especial nos sectores relacionados com o desenvolvimento, a educação e a assistência médica, são amplamente reconhecidos. Com efeito, este sólido fundamento deveria promover a integridade pessoal, a justiça e a equidade no seio das comunidades locais e a esperança para a nação inteira, tanto entre aqueles que a governam como no meio da população em geral, e deveria constituir um importante factor de estabilidade e de crescimento.

Senhor Embaixador, no seu discurso Vossa Excelência referiu-se ao crescimento económico constante da nação. O progresso alcançado para contrastar as causas do subdesenvolvimento é, sem dúvida, encorajador. Há que elogiar também as iniciativas tomadas em vista de fomentar formas de agricultura mais produtivas, a utilização adequada dos recursos do país e a implementação de políticas concretas de cooperação regional. Estes e outros esforços em vários sectores, como o fornecimento de água potável para todos, a salvaguarda do meio ambiente, a promoção de uma educação universal sólida e a luta contra a corrupção nas suas diversas formas constituem um programa ambicioso que há-de exigir um bom governo.

A campanha de violência no norte do país tem devastado vastas áreas. A tragédia para as populações locais é evidente para todos. A certas pessoas foi-lhes arruinada a própria infância e foram forçadas a cometer crimes deploráveis; verificou-se uma destruição maciça de propriedades; viúvas e órfãos estão a viver na pobreza extrema; além disso, muitas pessoas deslocadas ainda não conseguem, ou têm medo de voltar para as suas aldeias e os seus campos. Compreende-se que em certa medida esta situação melhorou, e formulo votos a fim de que a falta de segurança finalmente seja substituída por uma paz e prosperidade estáveis para a população gravemente provada dessa região. Enquanto o mundo espera resultados concretos do encontro recentemente realizado no Uganda, a respeito do flagelo das pessoas deslocadas, dos refugiados e dos repatriados, rezo para que a Declaração de Kampala possa levar as pessoas que ocupam cargos de responsabilidade na sua nação, mas inclusive além, a oferecer as devidas ajuda e assistência a todos aqueles que, mesmo sem ter qualquer culpa pessoal, foram obrigados a abandonar as suas casas.

Neste contexto, gostaria de recordar que a reconciliação e a paz foram os temas principais do recente Sínodo Especial para a África, realizado aqui no Vaticano há poucos meses. A experiência da Igreja no seu continente tem demonstrado que a mera ausência de conflito não constitui a paz. É só através do estabelecimento da justiça, da reconciliação e da solidariedade que a paz e a estabilidade verdadeiras e duradouras podem ser alcançadas. Asseguro a Vossa Excelência que os católicos ugandeses, mediante a vivência dos valores do Evangelho, desejam ajudar os seus concidadãos e as suas concidadãs na promoção de uma reconciliação e paz profundamente arraigadas. A Igreja continuará também a trabalhar pela justiça para todos, acompanhada de uma oração ardente a fim de que um dom tão precioso pode tornar-se uma realidade para todos os cidadãos, sem qualquer distinção de etnia, região de proveniência ou credo.

Excelência, estou persuadido de que o período que servirá como Embaixador contribuirá para revigorar as relações de cordialidade que já existem entre a Santa Sé e o Uganda. Os vários departamentos da Cúria Romana estão prontos para o ajudar e, no momento em que Vossa Excelência dá início à sua alta missão, é-me grato garantir-lhe as minhas preces. Invoco as abundantes bênçãos de Deus Todo-Poderoso sobre o Senhor Embaixador, a sua família e todo o povo do Uganda.







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