Jerusalém, 27 jul (RV) - O governo israelense começou a discutir no domingo
o status legal dos filhos dos trabalhadores estrangeiros, ameaçados de expulsão do
país.
Trata-se, em especial, de 1.200 crianças excluídas dos programas
do governo. Contra esta medida, interveio o vigário patriarcal das comunidades católicas
de expressão judaica, o sacerdote jesuíta David Neuhaus, que pede uma solução justa
e respeitosa de seus direitos: "São crianças que frequentam as escolas israelenses,
falam hebraico e estão perfeitamente integradas na nossa sociedade. Para elas, um
regresso à pátria dos pais, que jamais visitaram, poderia ser um choque. Essas crianças
conhecem somente Israel".
Para o jesuíta, portanto, "é urgente estabelecer
critérios que protejam os direitos desses menores e o de suas famílias".
A
Igreja de Jerusalém está na linha de frente para ajudar os trabalhadores imigrantes,
entre eles muitos cristãos e católicos. "A maioria dessas crianças é cristã, mas têm
um sentido muito vago do que significa ser cristão. Como vicariato, começamos o catecismo
e formulamos iniciativas para lhes transmitir os fundamentos cristãos. Se permanecerem
em Israel, essas crianças representam um grande desafio para a Igreja local: educá-los
à fé em hebraico, a língua delas, e mostrar a elas a nossa Igreja. O esforço deve
continuar com uma abertura sempre maior aos migrantes" – explicou Pe. Neuhaus.
Durante
a reunião de 25 de julho, a comissão criada para solucionar o problema propôs ao premiê
Netanyahu conceder o visto de residência a todas as crianças que chegaram a Israel
quando tinham menos de 13 anos, que vivem no país há pelo menos cinco anos e estão
inscritas em uma escola pública. A proposta está sendo analisada pelo governo. (BF)