2010-07-26 12:11:26

OBRAS DO PAC AMEAÇAM COMUNIDADES INDÍGENAS NO MT


Campo Grande, 26 jul (RV) - Os missionários do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) do Regional Mato Grosso se reuniram na semana passada para sua Assembléia anual. De 19 a 23 de julho, eles refletiram sobre o tema “Economias Indígenas frente aos Projetos Desenvolvimentistas” com a assessoria do sociólogo Ivo Polleto.



Na declaração final, os missionários constatam, "com grande angústia", que os povos indígenas estão sendo intensamente atingidos e ou ameaçados pelos grandes projetos implementados pelo governo, especialmente as obras do PAC, como a construção de Usinas Hidrelétricas (Bororo e Xavante) e Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs (Nambikwara, Enawene Nawe, Rikbaktsa, Cinta Larga, Myky, Paresi, Bororo e Iranxe); a Hidrovia do Araguaia (Karajá, Xavante, Kanela, Tapirapé) e as ferrovias planejadas para o Estado de Mato Grosso.



Além desses grandes Projetos, persistem antigos problemas como a exploração ilegal de madeira em terras indígenas, arrendamento de terras indígenas para plantio de soja e criação de gado, entre outros. As aldeias indígenas vêm sofrendo as conseqüências de grandes quantidades de agrotóxicos utilizados nas atividades agrícolas do agronegócio e que vem causando sérias doenças e anomalias. Supostos planos de manejo tem sido utilizados para legalizar a retirada de madeira de terras indígenas ou de áreas reivindicadas por diversos povos sem que o IBAMA e a FUNAI tomem as devidas providências.



O CIMI afirma, mais uma vez, seu compromisso com os projetos de Vida dos povos indígenas. "Muito teríamos a aprender com eles se ousássemos pautar nossa sociedade pelos parâmetros de sabedoria desses povos, de modo especial, na sua relação amorosa com a Mãe Terra. Portanto, é urgente uma escolha entre a Vida e a Morte: o respeito e a defesa do modo de ser dos povos indígenas poderão nos reconduzir ao caminho da Vida, como nos propõe a Boa Nova do Evangelho" – conclui a nota. (BF)








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