Campo Grande, 26 jul (RV) - Os missionários do Conselho Indigenista Missionário
(CIMI) do Regional Mato Grosso se reuniram na semana passada para sua Assembléia anual.
De 19 a 23 de julho, eles refletiram sobre o tema “Economias Indígenas frente aos
Projetos Desenvolvimentistas” com a assessoria do sociólogo Ivo Polleto.
Na
declaração final, os missionários constatam, "com grande angústia", que os povos indígenas
estão sendo intensamente atingidos e ou ameaçados pelos grandes projetos implementados
pelo governo, especialmente as obras do PAC, como a construção de Usinas Hidrelétricas
(Bororo e Xavante) e Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs (Nambikwara, Enawene Nawe,
Rikbaktsa, Cinta Larga, Myky, Paresi, Bororo e Iranxe); a Hidrovia do Araguaia (Karajá,
Xavante, Kanela, Tapirapé) e as ferrovias planejadas para o Estado de Mato Grosso.
Além desses grandes Projetos, persistem antigos problemas como a exploração
ilegal de madeira em terras indígenas, arrendamento de terras indígenas para plantio
de soja e criação de gado, entre outros. As aldeias indígenas vêm sofrendo as conseqüências
de grandes quantidades de agrotóxicos utilizados nas atividades agrícolas do agronegócio
e que vem causando sérias doenças e anomalias. Supostos planos de manejo tem sido
utilizados para legalizar a retirada de madeira de terras indígenas ou de áreas reivindicadas
por diversos povos sem que o IBAMA e a FUNAI tomem as devidas providências.
O
CIMI afirma, mais uma vez, seu compromisso com os projetos de Vida dos povos indígenas.
"Muito teríamos a aprender com eles se ousássemos pautar nossa sociedade pelos parâmetros
de sabedoria desses povos, de modo especial, na sua relação amorosa com a Mãe Terra.
Portanto, é urgente uma escolha entre a Vida e a Morte: o respeito e a defesa do modo
de ser dos povos indígenas poderão nos reconduzir ao caminho da Vida, como nos propõe
a Boa Nova do Evangelho" – conclui a nota. (BF)