AGOSTO: INTENÇÃO GERAL E MISSIONÁRIA DO PAPA PARA O APOSTOLADO DA ORAÇÃO
Cidade do Vaticano, 26 jul (RV) – Em agosto, na intenção geral do papa para
o apostolado da oração, devemos rezar pelos desempregados e os sem-teto, e todos aqueles
que vivem em graves situações de necessidade, para que encontrem compreensão e acolhimento,
e sejam ajudados de modo concreto, a superarem suas dificuldades.
Na
intenção missionária, o pontífice pede que rezemos pelos discriminados, pelos famintos
e migrantes, para que a Igreja seja "casa de todos", pronta a abrir suas portas a
todos aqueles que são obrigados pelas agruras das discriminações raciais e religiosas,
da fome e das guerras a emigrar para outros países.
Como não pensar
– diz o papa – nos milhões de pessoas, em particular mulheres e crianças, que sofrem
a carência de água, comida e habitação? O escândalo da fome, que tende a se agravar,
é inaceitável num mundo que dispõe de bens, conhecimentos e meios para sanar essa
situação.
Isso nos leva a mudar nosso estilo de vida e nos recorda
a urgência de eliminar as causas estruturais das disfunções da economia mundial, e
de corrigir os modelos de crescimento que parecem incapazes de garantir o respeito
pelo meio ambiente e um desenvolvimento humano integral para hoje e, sobretudo, para
o futuro.
Convido uma vez mais – diz o Santo Padre – os responsáveis
pelas nações mais ricas, a tomarem iniciativas necessárias para que os países pobres,
que frequentemente dispõem de muitos recursos naturais, possam beneficiar-se dos frutos
de seus próprios bens. Desse ponto de vista, também é motivo de preocupação o atraso
no cumprimento dos compromissos assumidos pela comunidade internacional nos anos recentes.
Seria
desejável – acrescenta Bento XVI – a retomada das negociações comerciais de "Doha"
– Doha Development Round – da Organização Mundial do Comércio, assim como a
continuação e aceleração do processo de cancelamento e redução da dívida externa dos
países mais pobres, sem que isso seja condicionado por medidas de ajuste estrutural,
prejudiciais às populações mais vulneráveis.
No âmbito do desarmamento
– prossegue o papa – multiplicam-se os sintomas de uma crise progressiva, vinculada
às dificuldades nas negociações sobre as armas convencionais, assim como sobre as
armas de destruição em massa e, por outro lado, o aumento das despesas militares em
escala mundial.
As questões de segurança, agravadas pelo terrorismo
que é necessário condenar com firmeza – diz o Santo Padre – devem ser abordadas a
partir de um enfoque global e prudente.
No que se refere às crises
humanitárias – sublinha o pontífice – convém levar em consideração que as organizações
que as enfrentam, necessitam de um apoio mais forte, a fim de que possam proporcionar
proteção e assistência às vítimas.
Outra questão que adquire sempre
maior relevo – recorda Bento XVI – é a das migrações: milhões de homens e mulheres
que se veem obrigados a deixar seus lares ou sua pátria devido a violências, ou a
buscar condições de vida mais dignas. É ilusório pensar que os fenômenos migratórios
possam ser bloqueados ou controlados com o uso da força. As migrações e os problemas
que delas derivam devem ser enfrentados com humanidade, justiça e compaixão.
No
texto da intenção missionária, onde o papa nos pede que rezemos pelos discriminados,
pelos famintos e migrantes, para que a Igreja seja "casa de todos", pronta a abrir
suas portas a todos aqueles que são obrigados pelas agruras das discriminações raciais
e religiosas, da fome e das guerras a emigrar para outros países, o pontífice recorda
que, este ano, a Mensagem para o Dia do Migrante e do Refugiado tem por tema "São
Paulo migrante: apóstolo dos gentios".
A proclamação do kerygma
(o anúncio da salvação) impulsionou São Paulo a atravessar os mares para percorrer
os caminhos da Europa até chegar a Roma. Partiu de Antioquia, onde anunciou o Evangelho
às populações que não pertenciam ao Judaísmo, e onde pela primeira vez, os discípulos
de Cristo foram chamados "cristãos".
Sua vida e sua pregação tiveram
como objetivo fazer com que Cristo fosse conhecido e amado por todos, porque todos
os povos são chamados a se converterem em um único povo.
A partir dessa
premissa, o papa afirma que também na atualidade, na era da globalização, essa é a
missão da Igreja e de todos os batizados. Uma missão que, com atenta solicitude pastoral,
se dirige também ao variado universo dos migrantes: estudantes fora de seu país, imigrantes,
refugiados e deslocados, incluindo os que são vítimas das novas formas de escravidão
como, por exemplo, o tráfico de seres humanos.
Também hoje – sublinha
o papa – é preciso propor a mensagem de salvação – o kerygma – com a mesma
atitude do "apóstolo dos gentios", levando em consideração as diversas situações sociais
e culturais, e as dificuldades particulares de cada um, como consequência de sua condição
de emigrantes e itinerantes.
Faço votos – diz Bento XVI – que cada
comunidade cristã tenha o mesmo fervor apostólico de São Paulo, o qual – no anunciar
a todos o amor salvífico do Pai, a fim de ganhar para Cristo o maior número possível
– se fez "frágil com os frágeis". Que seu exemplo – exorta o Santo Padre – nos sirva
de estímulo para que sejamos solidários com esses nossos irmãos e irmãs, e promovamos,
em todas as partes do mundo e através de todos os meios possíveis, a convivência pacífica
entre as diversas etnias, culturas e religiões. (AF)