Cidade do Vaticano, 25 jul (RV) - “Nosso coração se dilatou. Aquilo que produz
calor costuma dilatar. Assim, é próprio da caridade dilatar, pois é uma virtude cálida
e fervente.” Assim começa a homilia do bispo e doutor da Igreja São João Crisóstomo,
ao comentar a segunda Carta de São Paulo aos Coríntios.
Nestes tempos,
ou melhor, em todas as épocas, podemos identificar os corações que estão aquecidos
pelo amor ou que sofrem do congelamento da indiferença. As obras produzidas por seus
donos nos revelam a situação desse órgão tão importante.
Seja no relacionamento
familiar, na atenção aos colegas de trabalho, na acolhida a pessoas desconhecidas,
seja na preocupação com os menos favorecidos e marginalizados, com os doentes e infelizes,
com todos esses homens e mulheres, de todas as idades e classes sociais que se apresentam
muitas vezes e repentinamente à nossa frente, nosso coração se manifestará, deixando-se
tocar, ou se revelará frio e indiferente.
Esta semana, o governo da
Venezuela rompeu relações diplomáticas com o governo da Colômbia. Os motivos são conhecidos
e não é nossa intenção emitir uma opinião a esse respeito.
Queremos
refletir sobre a atuação dos presidentes das Conferências Episcopais dos países envolvidos.
Eles demonstraram estar com os corações aquecidos ao se preocuparem com as pessoas
que sofrem por causa do rompimento das relações.
“Nossos povos merecem
viver em paz” - disse o presidente da Conferência Episcopal Colombiana.
Falando
no mesmo tom marcado pela caridade, disse o bispo venezuelano: “ não obstante a ruptura
de relações entre os dois govErnos, os episcopados da Colômbia e da Venezuela devem
caminhar juntos, dando testemunho de fraternidade.”
Nós, latino-americanos,
não podemos tomar partido, assistindo como se estivéssemos em uma platéia, dando apenas
razões, mas devemos agir, trabalhar pela paz, em benefício das famílias, do bem-estar
dos povos, da justiça. Nossos povos sofridos não merecem humilhação, preocupação e
sofrimento. Eles deverão ser a nossa opção. (CAS)