CUBA COMPLETA ENVIO DE PRIMEIRO GRUPO DE PRESOS POLÍTICOS À ESPANHA
Havana, 23 jul (RV) - Mais cinco presos políticos cubanos viajaram para a Espanha,
nesta quinta-feira, o que completa o primeiro grupo de 20 libertações anunciadas pelo
Governo de Cuba por meio da Igreja Católica no país.
Familiares confirmaram
à agência espanhola de notícias EFE, que Jorge Luis González Tanquero, José Ubaldo
Izquierdo Hernández, Antonio Ramón Díaz Sánchez, Blas Giraldo Reyes e Jesús Mustafá
Felipe viajaram ontem à noite para Madri, em voos regulares das companhias aéreas
espanholas Iberia e Air Europa.
Todos foram condenados à prisão, na onda repressiva
de 2003, quando foi preso um grupo de 75 opositores, jornalistas independentes e ativistas
de direitos humanos cubanos.
Como ocorreu com os 15 primeiros presos libertados
a partir do último dia 13, até agora os cinco últimos detentos foram transferidos
de uma prisão de Havana direto para o aeroporto José Martí. Também não houve informação,
nem por parte de fontes oficiais cubanas, nem da Igreja Católica local sobre detalhes
dessas libertações.
Nilda Tanquero, mãe de Jorge Luis González Tanquero, disse
por telefone, do povoado de Jovellanos, Oeste de Cuba, que sentia "muita alegria"
pela libertação de seu filho e com a confirmação de que já estava a caminho da Espanha.
Com ele viajaram seu irmão, Lázaro Miguel, com a esposa, três filhas e o marido de
uma das filhas e sua menina" - explicou Nilda, que viajará com mais quatro parentes,
em data ainda não determinada.
O Governo do Chile se ofereceu para receber
Izquierdo Hernández como refugiado político. Ele aceitou a proposta de ir para o país
depois de passar primeiro pela Espanha, aonde chegou hoje.
Esta semana, também
viajaram para Madri, Arturo Pérez de Alejo Rodríguez, Ricardo Silva Gual, Alfredo
Pulido López e Manuel Ubals González, como havia anunciado o Ministério das Relações
Exteriores espanhol.
O Governo de Raúl Castro comprometeu-se a libertar gradualmente,
no prazo de até quatro meses, os 52 dissidentes ainda presos do grupo de 75, no âmbito
de um inédito processo de diálogo aberto com a Igreja Católica no país e apoiado pelo
chanceler espanhol, Miguel Ángel Moratinos. (AF)