SITUAÇÃO DE CRIANÇAS MIGRANTES PREOCUPA IGREJA EM PORTUGAL
Lisboa, 21 jul (RV) - A Igreja Católica em Portugal está preocupada com a situação
dos migrantes e refugiados menores de idade, alertando para "a delinquência, o abuso,
o tráfico e a exploração".
Em vista da Semana Nacional de Migrações,
de 8 a 15 de agosto, o Presidente da Comissão Episcopal da Mobilidade Humana (CEMH),
Dom António Vitalino, escreveu um artigo para o semanário Agência Ecclesia, falando
especialmente da situação das crianças, tema desta edição 2010.
Segundo
Dom Vitalino, "os adultos, a sociedade e os Estados programam a sua vida e as suas
estruturas quase exclusivamente a partir de si mesmos", relegando à marginalização
os mais débeis.
"Embora muitos digam que emigram por causa da família,
sobretudo dos filhos, para lhes dar um futuro melhor, no entanto acabam por prejudicá-los
ao pensar apenas nos valores financeiros e econômicos" – escreve.
Para
o presidente da CEMH, é importante recordar que muitas crianças "vivem em condições
desumanas, sem alimentação conveniente, sem cuidados de saúde, sem higiene, sem casa
e sem escola adequada".
"A estes, é preciso fazer justiça dando-lhes
uma identidade e nacionalidade, pois não conhecem outro país senão aquele que os viu
nascer" – afirma o Bispo, que denuncia que em Portugal muitos filhos de imigrantes
vivem sem documentos nem registro de nascimento.
Os menores foram
o tema escolhido por Bento XVI para a mensagem do 96.º Dia Mundial dos Migrantes e
Refugiados e estará no centro da Semana Nacional, com o tema: "Com Francisco e Jacinta
acolher Cristo nos migrantes e refugiados menores". (BF)