Brasília, 21 jul (RV) – Faltando poucos meses para as eleições de outubro,
a campanha do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) prossegue com ritmo
acelerado.
Ontem, representantes das 48 entidades que integram o MCCE
se reuniram na capital federal, Brasília. Entre eles, estava o Secretário-Geral da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Dimas Lara Barbosa. Participaram
ainda um dos diretores do movimento, Carlos Moura, e o Presidente do Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante.
De acordo
com informações do Correio Braziliense, Dom Dimas lembrou que está no movimento desde
o início, há seis anos, e que nas eleições passadas foi constatada no Rio de Janeiro
e na Baixada Fluminense a atuação de grupos de pressão que acabavam influenciando
e pressionando o eleitor a votar em determinados candidatos.
Segundo
ele, em algumas comunidades, esses grupos conseguiram inclusive saber se os eleitores
cederam à pressão, o que atenta contra o direito ao voto secreto. Isso é muito sério,
disse Dom Dimas, especialmente no Rio de Janeiro, onde existe uma espécie de poder
paralelo.
"Sabendo em quem a população de um determinado bairro votou
ficava implícita a possibilidade de represálias, de intimidações" – afirmou o Secretário-Geral
da CNBB, ressaltando que, na cabeça de quem vive sob pressão, isso é uma realidade.
Ele destacou que as denúncias encaminhadas ao Ministério Público Eleitoral
serão sigilosas, embora permitam investigação, o que é uma forma de tentar aplicar
a legislação contra as "brechas escorregadias" que existem à margem da Lei da Ficha
Limpa.
Na reta final das eleições, o Movimento de Combate à Corrupção
Eleitoral (MCCE) pretende fortalecer e ampliar o trabalho de seus comitês, que já
existem em todos os estados. A finalidade é orientar os eleitores e alertar para a
possibilidade de a população denunciar ao Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre
a postura e a vida dos candidatos que vão disputar o pleito de outubro. (BF)