CUBA ANUNCIA INTENÇÃO DE LIBERTAR TODOS OS SEUS PRESOS POLÍTICOS
Havana, 21 jul (RV) - O chefe do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, anunciou,
nesta terça-feira, na sede das Nações Unidas, a intenção do governo de Raúl Castro
de libertar todos os presos políticos que não tenham cometido crimes de sangue. Segundo
ele, a onda de libertações não será restrita aos 52 dissidentes já anunciados, mas
a todos os que não tenham cometido assassinatos e pelos quais a Igreja Católica interceder.
A declaração de Ricardo Alarcón, um dos principais nomes da diplomacia
cubana, veio a público um dia após o pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
para que Havana tomasse "novas medidas de conciliação", afirmando que a libertação
dos 52 presos "não havia sido suficiente".
O ministro das Relações Exteriores
espanhol, Miguel Ángel Moratinos, classificou o novo anúncio de Cuba como "boas notícias",
especulando, inclusive, sobre a possibilidade de que, caso seja concretizada a promessa,
os Estados Unidos possa suspender o embargo econômico imposto à ilha desde 1962.
Moratinos
ainda pediu à União Européia que modifique a sua "posição comum" em relação ao país,
já que esta é condicionada ao progresso de Cuba em relação ao respeito aos Direitos
Humanos. O ministro pretende substituir a "posição comum" por um acordo de cooperação
mais amplo com a União Europeia.
Quanto ao destino dos novos libertos,
o ministro explicou que "o acordo com a Igreja determina que os presos fiquem livres
para viajar ao exterior. Mas, se quiserem ficar em Cuba, também podem". (ED)