EUA ENTRAM NO PROCESSO DE LIBERTAÇÃO DE PRESOS POLÍTICOS EM CUBA
Havana, 20 jul (RV) - Diplomatas dos Estados Unidos deverão reunir-se nesta
terça-feira, com familiares dos presos políticos cubanos que se negaram a viajar para
Madri, do total de 52 opositores que o Governo de Havana libertará gradualmente, 11
dos quais já se encontram na Espanha.
O encontro está previsto para
as 13h locais (14h de Brasília) na Seção de Interesses de Washington em Havana – a
Sina – tendo representantes da Igreja Católica e da Embaixada da Espanha como convidados,
segundo informaram membros da associação Damas de Branco, composta por familiares
dos presos políticos.
A líder das Damas de Branco, Laura Pollán, mulher
do preso político Héctor Maseda, de 67 anos e condenado a 20 anos de prisão, calcula
que em torno de 20 parentes dos réus participarão da reunião na Sina, apesar de não
descartar, segundo versões do grupo, uma mudança para entrevistas individuais ou em
grupos.
"A única coisa que sabemos é que convidaram um representante
de cada preso que não foi contatado pela Igreja (que os consulta para emigrar) ou
daqueles que se negaram a viajar à Espanha, como meu marido" – disse Laura.
Depois
de um histórico diálogo entre o cardeal-arcebispo de Havana, Jaime Lucas Ortega y
Alamino, e o presidente de Cuba, Raúl Castro, 52 presos políticos dos 75 opositores
condenados em 2003, começaram, há uma semana, a serem libertados.
Dos
20 que aceitaram emigrar – segundo fontes da Igreja – 11 já estão na Espanha e outros
nove devem viajar nesta segunda-feira, enquanto o restante é consultado pelo Cardeal
Ortega, apesar de mais de uma dezena não desejar ir para a Espanha ou expressar seu
desejo de viajar para os Estados Unidos, de acordo com familiares.
Uma
porta-voz do Departamento de Estado norte-americano informou que o Cardeal Ortega
visitou os Estados Unidos em junho passado, antes do anúncio, em 7 de julho, de que
o Governo de Havana decidira libertar 52 prisioneiros políticos.
Segundo
o jornal espanhol El País, que citou altas fontes do Governo Barack Obama, o purpurado
esteve em Washington de 21 a 27 de junho, quando se reuniu, entre outros, com o subsecretário
adjunto para a América Latina, Arturo Velenzuela que, em 6 de julho, declarou sua
disponibilidade a conversar sobre esses temas "se fosse necessário". (AF)