Viena, 19 jul (RV) – Foi inaugurada ontem em Viena, na Áustria, a 18a Conferência
Mundial sobre a AIDS.
Do encontro participam mais de 20 mil delegados
de todo o mundo, para se atualizarem sobre os avanços científicos no campo da pesquisa
e debaterem o tema dos direitos humanos das pessoas afetadas pelo vírus.
A
Caritas Internacional também está presente no encontro, através do seu conselheiro
especial sobre o assunto, Mons. Robert Vitillo, entrevistado pela Rádio Vaticano.
Comentando o tema desta edição, "Rights here, right now" (Direitos
aqui e agora), Mons. Vitillo falou que a finalidade é dar destaque aos direitos das
pessoas que vivem com o Hiv, mas também aos de suas famílias, viúvos e viúvas e órfãos.
A propósito deste flagelo, na Europa do Leste e na Ásia central
se registra um aumento de infecções por HIV, contrariando a tendência mundial. Como
explicar esses dados?
Mons. Vitillo:– Há diversas explicações.
Esta é uma pandemia complicada: desde o início da difusão da AIDS, os países da Europa
do Leste estavam isolados, estavam sob o regime comunista. Agora a situação mudou
e há muito mais intercâmbio entre os países do Leste e os do resto do mundo. Há ainda
outro fator, que é o uso da droga: existem muitos toxicômanos que compartilham a mesma
seringa e, portanto, a possibilidade de transmitir a infecção.
A
Igreja está na linha de frente para enfrentar a chaga da AIDS. Este empenho levou
a quais resultados concretos?
Mons. Vitillo:– Há resultados
muito positivos. O Vaticano estima que a Igreja seja responsável por cerca de 25-26%
dos serviços e dos programas para combater a AIDS. Há resultados muito positivos porque
a Igreja está presente em todas as partes do mundo, e isso lhe permite ajudar todas
as pessoas que estão isoladas e marginalizadas.
Nesta luta, o papel
das casas farmacêuticas é fundamental…
Mons. Vitillo:– Sim, as
casas farmacêuticas são muito importante justamente porque precisamos dos antiretrovirais
para melhorar as condições de vida dessas pessoas e para prolongar a própria vida.
Porém devemos nos empenhar – e a Igreja está fazendo isso – para encorajar as casas
farmacêuticas a abaixarem os preços para que os países pobres possam comprá-los. A
Igreja está novamente encorajando essas empresas e os próprios governos a abaixarem
os preços para poder manter os programas de distribuição desses remédios nos países
pobres. (BF)