BANGLADESH: IGREJA COMBATE VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
Acra, 19 jul (RV) – A Igreja em Bangladesh está combatendo a prática dos "dotes"
e a violência contra a mulher que vem associada a esse costume. O dote é a cifra paga
pela família da noiva àquela do noivo, nos ajustes do casamento.
Essa
tradição, apesar de já ser considerada ilegal desde 1980, continua a ser aplicada,
principalmente do noroeste do país e na Índia.
O grande problema dessa
prática é que, principalmente nas famílias mais pobres, ela leva ao assassinato de
crianças do sexo feminino recém-nascidas. Os pais o fazem por acreditar que elas não
contribuirão com a família, a qual não terá como casá-las ou terá de endividar-se
muito para poder pagar os dotes. De fato, muitas famílias contraem dívidas gigantescas
para pagar dotes de casamento, o que, certamente, não justifica a atitude violenta
dos pais.
Também é intolerável a situação das mulheres cujos dotes são
considerados insuficientes, as quais sofrem abusos e maus-tratos dos maridos, violência
doméstica, torturas e queimaduras com ácido – que se não matam, as deixam desfiguradas
para toda a vida.
As paróquias e as organizações católicas de Bangladesh
estão fazendo uma campanha de sensibilização da população para esse problema, na qual
procuram explicar às pessoas o quão cruel é esse sistema, para que elas deixem de
praticá-lo.
A Caritas de Bangladesh trabalha o tema a partir de espetáculos
tradicionais populares chamados "Gambhira", que são representações teatrais unindo
música e dança. O responsável local pelo projeto, Suklesh George Costa, conta que,
no passado, já tentaram abordar o tema através de seminários e reuniões, mas não funcionou.
Segundo ele, o "Gambhira" parece estar funcionando. Já foi levado à aproximadamente
mil localidades, e nestas, a prática do dote não existe mais. (ED)