Dublin, 17 jul (RV) - "É preciso não olhar para os migrantes como se eles fossem
"objetos descartáveis": foi o que disse o arcebispo de Dublin, Irlanda, Dom Diarmuid
Martin, que visitou, nesta quinta-feira, o Crosscare, ou seja, o centro da associação
de assistência social da capital irlandesa.
"Em tempos de crise econômica
– sublinhou o prelado – é grande o risco de se olhar para os migrantes como pessoas
que podem ser "usadas" e depois "descartadas", como acontece com muitos objetos típicos
da nossa cultura consumista; objetos que usamos, às vezes, por necessidade, e às vezes,
apenas por capricho."
"Os controles sobre a imigração são legítimos e necessários
– argumentou Dom Martin – mas os migrantes que, juntamente com suas famílias, contribuem
para o bem comum da sociedade irlandesa, têm direito à segurança, simplesmente em
nome da dignidade humana."
Por sua vez, o coordenador do Crosscare Centre,
Richard King, sublinhou que na Irlanda, se registra uma crescente emigração, sobretudo,
de jovens que partem para o exterior em busca de trabalho. Por isso, Richard King
insistiu sobre a importância da informação preventiva: "Muitas pessoas que decidem
deixar a Irlanda – disse ele – frequentemente se sentem confusas em meio aos tantos
detalhes a considerar."
"Nosso objetivo – acrescentou o coordenador do
Crosscare é tornar mais acessíveis as informações necessárias. Para um emigrante,
planificar tudo antes da partida, é absolutamente vital."
Com esse objetivo,
o Crosscare difundiu um opúsculo intitulado "Going to…" ("Em direção a..."), contendo
importantes informações sobre como viver e trabalhar no exterior, sobre as modalidades
burocráticas para obter o visto, sobre os alojamentos e o apoio social nos países
de destinação.
As nações analisadas pela associação irlandesa são: Inglaterra,
Estados Unidos, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, além dos países do continente europeu.
(AF)