Yangún, 16 jul (RV) - A Junta Militar de Mianmar (ex-Birmânia) endureceu as
condições de prisão domiciliar da principal opositora do país e Prêmio Nobel da Paz-1991,
Aung San Suu Kyi, informou nesta sexta uma rádio da dissidência.
O trâmite
para que Suu Kyi pudesse ver seus advogados demorava, no passado, até três dias, mas
com as novas regras, a espera vai demorar até quatro dias a mais, segundo Nyan Win,
um de seus advogados. Nyan Wyn assinalou ainda, que a Junta no poder proibiu que se
fale do caso com pessoas alheias ao processo.
Até o último dia 10, os advogados
solicitavam uma permissão de visita à polícia e normalmente recebiam uma resposta
três dias depois. A partir de agora, primeiro deverão escrever uma carta na qual Suu
Kyi autoriza a reunião e apresentar o escrito à polícia. O escrito deverá ser levado
por um agente à casa de Aung San Suu Kyi, que deverá assinar o mesmo e restituí-lo
à delegacia pertinente. Só então terá prosseguimento o procedimento usado até agora.
As autoridades birmanesas não ofereceram explicações para complicar o
contato entre um detido e seus advogados – no caso, a Nobel da Paz – que viveu em
prisão domiciliar durante 15 dos últimos 21 anos.
O regime militar birmanês
tem 2.200 presos políticos que tiveram sua libertação negada, a fim de que não participem
das eleições legislativas que serão organizadas este ano, apesar da pressão internacional.
Aung
San Suu Kyi, seu recém-dissolvido partido – a Liga Nacional para a Democracia (LND)
– e outras formações boicotaram este pleito por considerá-lo antidemocrático.
Mianmar
é governada por militares desde o levante do general Ne Win, em 1962. (AF)