ARCEBISPO DENUNCIA ISOLAMENTO DOS CRISTÃOS NO IRAQUE
Roma, 15 jul (RV) – A comunidade cristã "está isolada, é alvo dos fundamentalistas
e não recebe auxílio das políticas do governo''. Assim, o Arcebispo Jules Mikhael
Al-Jamil descreveu, em coletiva de imprensa realizada ontem em Roma, a atual situação
dos cristãos no Iraque, concentrados sobretudo na parte norte do país.
Uma
situação que, porém, segundo o novo embaixador iraquiano junto à Santa Sé, Habbeb
Mohammed Hadi Ali Al-Sadr, não é assim tão dramática: "A comunidade goza de todas
as liberdades e em Bagdá provê à sua segurança.
Já a associação "Salvaimonasteri",
que organizou a coletiva, divulgou a petição apresentada às Nações Unidas e assinada
por políticos, docentes e católicos de todo o mundo, para denunciar a emergência de
tutelar os direitos humanos dos cristãos no Iraque.
"Boa parte da comunidade
já foi embora. Falta a relação com as instituições locais" – denunciou a presidente
da associação, Elisabetta Valgiusti, acrescentando que a petição foi redigida logo
após o atentado a um comboio de ônibus de estudantes cristãos que se dirigiam à Universidade
de Mossul, que provocou quatro vítimas e 171 feridos.
Dom Al-Jamil
explicou que, diferentemente de outras minorias, "os cristãos não possuem armas, não
fazem parte da luta, mas representam o Ocidente agressor".
Mas de acordo
com o embaixador iraquiano Al-Sadr, os cristãos são amplamente tutelados pelo governo,
que providenciou a segurança dos edifícios de culto, abrindo investigações sobre os
atentados. Segundo ele, o terrorismo atinge a comunidade cristã para atrair a atenção
da mídia – algo que não aconteceria se o alvo fossem os muçulmanos. (BF)