2010-07-14 17:43:50

FUNDAMENTALISMO E LEIS ANTICONVERSÃO SÃO CONTRÁRIOS À LIBERDADE RELIGIOSA


Mumbay, 14 jul (RV) – "A liberdade religiosa é o único e verdadeiro caminho para a paz. É um tema muito importante para a Índia e para o mundo inteiro. É uma reflexão decisiva no mundo de hoje e na defesa dos direitos fundamentais do homem": com essas palavras, o cardeal-arcebispo de Mumbay (ex-Bombaim), Índia, Oswald Gracias, presidente da Conferência Episcopal da Índia, comenta – para a agência missionária de notícias FIDES _ o tema escolhido por Bento XVI para a celebração do 44º Dia Mundial da Paz, em 1º de janeiro de 2011: "Liberdade religiosa, caminho para a paz".

Na entrevista à FIDES, o cardeal se detém sobre o tema, no contexto indiano, abordando duas questões muito delicadas que agitam a sociedade local: o fundamentalismo religioso de matriz hinduísta e a questão das leis anticonversão, que vigoram em diversas estados da federação.

"Na Índia, num contexto multirreligioso e multicultural – disse o Cardeal Gracias – há grupos que interpretam mal a religião, instrumentalizando-a para outros fins e fazendo-a tornar-se motivo de conflitos ou de desordens e de quebra da harmonia na sociedade. Como Igreja Católica, buscamos tecer boas relações com todos e entabular um diálogo, no respeito à liberdade: esse é um caminho eficaz para a paz, bem supremo. Desse modo, como cristãos, damos a nossa contribuição para a construção da família humana" – concluiu o purpurado indiano.

O tema escolhido pelo Santo Padre faz referência também à suprema liberdade de consciência de cada homem e, nesse contexto, à liberdade de conversão, que não pode ser coibida por ninguém.

"Respeitar a liberdade religiosa – explicou ainda à FIDES o Cardeal Gracias _ significa que nenhum governo e nenhuma autoridade civil tem o direito de interferir com a essência e com a liberdade mais profunda, que é aquela do coração e da alma de um ser humano, dizendo-lhe qual religião ele deve seguir ou como deve prestar culto a Deus. Frequentemente, eu repito isso e continuarei a fazê-lo. Esse é um direito humano fundamental que, como Igreja, defenderemos sempre. Ir contra esse direito significa ir contra a paz e fraternidade" – sublinhou o cardeal-arcebispo de Mumbay, Oswald Gracias. (AF)







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