Pobreza e a exclusão social não são realidades sem remédio, salientou Presidente
da Republica Portuguesa
(14/7/2010) O Presidente da República voltou ontem a alertar para a necessidade de
se ter "muito cuidado" na definição das prioridades. "A resposta às situações de emergência
social não podem deixar de ser uma primeira prioridade, as pessoas estão de facto
primeiro", afirmou o Chefe do Estado, numa cerimónia no Palácio de Queluz que encerrou
a IV Jornada do Roteiro das Comunidades Locais Inovadoras, um périplo de dois dias
por cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa - Cascais, Sintra, Oeiras, Amadora
e Mafra. Cavaco reiterou a necessidade de se proteger as pessoas de mais baixos
rendimentos e aqueles que se encontram em situação particularmente vulnerável, voltando
a alertar para "a emergência dos novos pobres", ou seja, "aqueles que sofrem em silêncio,
que até há pouco tempo não imaginavam poder hoje encontrar-se na situação em que se
encontram". "A crise fez emergir os novos riscos de pobreza em resultado dos milhares
de desempregados, do endividamento excessivo das famílias e do enfraquecimento dos
laços familiares", enfatizou, destacando "o aumento significativo das situações de
carência alimentar", de pessoas que precisam de ajuda para comprar medicamentos e
o elevado número de crianças que no dia-a-dia sofrem as consequências das dificuldades
dos seus familiares. Cavaco Silva acrescentou que esta problemática decorre num
quadro de persistentes desigualdades na distribuição do rendimento e da degradação
dos laços familiares. No final, voltou a recuperar a palavra "esperança", exortando
à passagem da mensagem de que "a pobreza e a exclusão social não são realidades sem
remédio".