CUBA: ACELERA PROCESSO DE LIBERTAÇÃO DE PRESOS POLÍTICOS
Havana, 11 jul (RV) - Os preparativos para libertar 52 presos políticos, em
Cuba, e enviá-los à Espanha após um acordo mediado pela Igreja Católica foram acelerados
ontem, sábado.
A mãe de um dos presos disse que ele já estava a caminho de
Havana. A libertação não foi confirmada ainda pela Igreja, mas um comunicado divulgado
ontem informou que mais 12 presos devem ser soltos "em breve", aumentando de cinco
para 17 a lista dos que serão soltos.
O Arcebispado de Havana, Cardeal Jaime
Ortega y Alamino, emitiu neste sábado um segundo comunicado informando das sete libertações.
Elas se somam às cinco anunciadas há poucas horas e a outras cinco divulgadas na quinta-feira
passada.
Os 52 homens estavam entre 75 dissidentes políticos presos em 2003,
numa ação enérgica do governo cubano que prejudicou suas relações diplomáticas. Outros
já foram soltos, a maioria por motivos de saúde.
Eles cumprem penas que variam
de 13 a 24 anos de prisão por violar as leis cubanas destinadas a conter a oposição,
e o que o governo chama de atividades subversivas.
Na última quarta-feira,
a Igreja Católica cubana anunciou que o governo concordou em libertar 52 presos políticos,
em uma grande concessão à pressão internacional para melhorar as condições de direitos
humanos na ilha.
Os 52 homens parecem ser os que permanecem na prisão entre
o chamado Grupo dos 75, presos na repressão da Primavera Negra de 2003, e condenados
à penas de até 28 anos de cadeia.
O anúncio foi feito após recentes diálogos
entre o Presidente cubano, Raúl Castro, e o Arcebispo de Havana, Cardeal Jaime Ortega
y Alamino.
Também veio logo após um encontro entre o chanceler espanhol, Miguel
Angel Moratinos, com autoridades cubanas na terça-feira passada. Moratinos disse que
foi à ilha para oferecer apoio aos esforços da Igreja. (MJ)