SANTA SÉ: CRISTÃOS DISCRIMINADOS MESMO QUANDO MAIORIA
Cidade do Vaticano, 07 jul (RV) - A edição de hoje do jornal “L'Osservatore
Romano” traz o pronunciamento de Dom Mario Toso, Secretário do Pontifício Conselho
da Justiça e da Paz, no âmbito da conferência sobre a tolerância e a não-discriminação.
Este evento foi organizado pela presidência cazaque da Organização para a Segurança
e Cooperação na Europa (OSCE), entre os dias 29 e 30 de junho. Em nome da Sé, cuja
delegação chefiou, Dom Mario Toso concluiu que “os cristãos se tornaram o grupo religioso
mais perseguido no mundo”.
A OSCE é uma organização que atualmente reúne 56
países da Europa, Ásia Central e América do Norte (Canadá e Estados Unidos), e promoveu
este encontro para debater a discriminação contra as pessoas religiosas em geral.
Mas
para o representante pontifício, “está amplamente documentado que os cristãos são
o grupo religioso mais discriminado, com mais de 200 milhões, de diferentes confissões,
em situações de dificuldade por causa das instituições e dos contextos legais e culturais
que os discriminam”.
O bispo esclareceu ainda que os cristãos não são discriminados
somente onde são minoria, mas às vezes, têm seus direitos fundamentais violados inclusive
quando são maioria. Em alguns países, “leis intolerantes discriminam os fiéis, e constatam-se
contínuos episódios de violência, inclusive assassinatos de cristãos”.
Dom
Mario Toso denunciou restrições contra a liberdade de opinião e de adesão a uma confissão
e à respectiva comunidade religiosa, assim como contra a importação e distribuição
de material religioso; interferências ilegítimas em sua autonomia organizativa; pressões
sobre as pessoas que trabalham na administração pública e impedem a liberdade de expressão
segundo sua consciência.
Assim sendo, defendeu que “a comunidade internacional
deveria lutar contra a intolerância e a discriminação dos cristãos com a mesma determinação
com que luta contra o ódio a todas as comunidades religiosas”.
E o representante
da Santa Sé concluiu deduzindo que um autêntico pluralismo nos meios de comunicação
exige a correta informação sobre as diferentes realidades religiosas e a liberdade
de acesso aos meios para as próprias comunidades religiosas. (CM)