Cidade do Vaticano, 07 jul (RV) - Nesta quarta-feira, o Papa encontrou-se com
os fiéis, peregrinos e turistas na Sala Paulo VI. Como sempre, o Pontífice fez a sua
prédica em várias línguas e concedeu a benção a todos os presentes.
Prosseguindo
seu ciclo de catequeses sobre a cultura cristã medieval, a personalidade descrita
hoje foi o eminente teólogo franciscano Beato João Duns Scotus, que nasceu na Escócia
e foi professor nas universidades de Oxford, Cambridge e Paris.
Bento XVI
traçou um perfil deste bem-aventurado da Igreja com as seguintes palavras:
“Dotado
de uma inteligência brilhante inclinada à especulação, que lhe valeu o título de ‘Doutor
sutil’, o Beato João Duns Scoto pode ter a sua vida resumida nas palavras de uma antiga
inscrição que se encontra em seu túmulo: “A Inglaterra o acolheu; a França o instruiu;
Colônia, na Alemanha, conserva os seus restos; na Escócia ele nasceu”. Atraído
pelo carisma de São Francisco de Assis, ingressou na Ordem dos Frades Menores, caracterizando
a sua vida e pensamento por um forte cristocentrismo, pela defesa da Imaculada Conceição
de Maria e por um profundo amor ao Papa. Sobre o Filho de Deus, alegava que este teria
se encarnado mesmo sem que a humanidade tivesse pecado, uma vez que a Encarnação estaria
projetada desde a eternidade por Deus Pai no seu plano amoroso. De fato, esse amor
imenso de Deus se revelaria na Paixão salvífica de Cristo e na Eucaristia, da qual
Duns Scoto afirmava ser o sacramento da Unidade e da Comunhão que leva a nos amar
uns aos outros e amar a Deus como Sumo Bem comum. Seguindo o sensus fidei do Povo
de Deus desenvolveu o argumento da “Redenção Preventiva” segundo a qual a Imaculada
Conceição representa a Obra prima da Redenção operada por Cristo, ao preservar Maria
da mancha do pecado original. Morreu ainda jovem, com fama de
santidade, legando um número relevante de obras”. Ouça aqui: Embora tenha falecido
aos 43 anos, João Duns Scoto deixou muitas e profundas reflexões. Logo após a sua
morte, o povo e os franciscanos começaram a venerá-lo como santo. O Papa João Paulo
II o declarou bem-aventurado em 1993, definindo-o “cantor do Verbo encarnado e defensor
da Imaculada Conceição de Maria”.
Em seguida, Bento XVI dirigiu cumprimentos
a todos os grupos presentes, especialmente os membros da Congregação da Santa Cruz;
os Filhos da Imaculada Conceição e as Pequenas Apóstolas da Redenção, em Capítulo
Geral. O Papa saudou também os peregrinos que vieram a Roma visitar os túmulos dos
Apóstolos Pedro e Paulo, “para que se reforcem na fé e no entusiasmo, testemunhem
a esperança cristã e amem o próximo”.
Em português, o Papa disse:
“Uma
saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, com votos de que sejais sobre
esta terra testemunhas do Amor de Cristo, consolidando a fé que professais através
da visita às tumbas dos Apóstolos Pedro e Paulo. Que Deus vos abençoe!” Ouça
aqui:
No final do
encontro, o Papa concedeu a benção apostólica e deixou a Sala Paulo VI. No final
da tarde, Bento XVI deixa o Vaticano e vai para Castel Gandolfo, onde permanecerá
algumas semanas em descanso, leituras e orações.
O Papa ficará na residência
até o final do verão italiano, e todas as audiências serão suspensas.
O próximo
encontro com os peregrinos será na quarta-feira, 4 de agosto. Nos domingos e solenidades
durante o período de verão, a oração mariana do Angelus será feita em Castel Gandolfo. (CM)