Gaza, 07 jul (RV) - A falta de material de construção na Faixa de Gaza impedirá
39 mil crianças palestinas de frenquentar as escolas da ONU na região, no próximo
ano letivo. O número foi revelado por Chris Gunness, porta-voz da agência das Nações
Unidas para Refugiados Palestinos, a Unrwa.
Segundo Chris Gunness, a ONU não
tem como construir novos colégios e reconstruir as escolas danificadas pela ofensiva
israelense de três semanas a Gaza, que terminou em janeiro de 2009. Israel proibiu
a entrada de material de construção na região. O resultado é a superlotação das salas
de aula, com mais de 40 alunos por classe. Em algumas escolas, duas ou três crianças
dividem a mesma mesa.
Os alunos só frequentam as escolas quatro horas diárias,
porque os colégios são obrigados a receber crianças em dois ou mais turnos por dia.
Cerca
de 60 mil prédios foram destruídos ou danificados durante a ofensiva israelense em
todo o território. Só 1/3 dessas estruturas foram reconstruídas nos últimos 18 meses.
Apesar
do recente relaxamento do bloqueio econômico na região, que começou há três anos,
com a chegada ao poder do grupo islâmico Hamas, Israel ainda proíbe a entrada de cimento
e outros tipos de material de construção. Os israelenses alegam que, com eles, o Hamas
e outros grupos islâmicos podem produzir armamentos.
Chris Gunness também informou
que, por falta de verba, a Unrwa tem dificuldade para recrutar novos professores para
os 222 mil alunos que frequentam as escolas da ONU, 1/3 das crianças que vivem em
Gaza.
A ocupação da Faixa de Gaza, as privações do povo palestino e a perseguição
de ativistas locais e internacionais, estarão também na pauta do Fórum Mundial de
Educação na Palestina, marcado para 28 a 31 de outubro.
O Fórum Mundial de
Educação na Palestina terá quatro dias de atividades simultâneas em Haifa, Ramallah,
Jerusalém, Gaza e no Líbano. Além de constituir um espaço internacional de discussão
sobre questões relativas à educação, a participação no Fórum é um ato concreto de
solidariedade com o povo palestino e de resistência à ocupação, o apartheid e o colonialismo.
O FME quer evidenciar as pressões sociais, questões educacionais e os desafios
das pessoas que lutam pela paz e justiça social no mundo e na Palestina.
As
atividades serão orientadas pelos eixos temáticos: educação, arte, cultura e identidade;
igualdade e a libertação; emancipação da mente e proteção ambiental. (CM-ONU)