NA ESPANHA, OS BISPOS DIZEM NÃO À NOVA LEI SOBRE O ABORTO
Madri, 05 jul (RV) – A nova lei espanhola sobre o aborto deve entrar em vigor
hoje. A normativa sobre a “saúde sexual e reprodutiva” autoriza a interrupção da gravidez
sem qualquer empecilho, até a décima quarta semana de gestação.
Em caso de
risco de saúde para a mãe, ou de malformação fetal, o aborto será permitido até a
vigésima segunda semana. Para os menores de idade, não será exigido o consentimento
dos pais, sendo apenas necessário que a intervenção cirúrgica seja a eles comunicada,
mas, ainda assim, o comunicado só será exigido se não trouxer risco de violência doméstica
para o menor. Também será possível interromper a gravidez depois das 22 semanas de
gestação, no caso de serem reveladas anomalias fetais extremamente graves e incuráveis.
A nova lei tem criado polêmicas, e gerou forte reação da Igreja Católica.
A Conferência Episcopal espanhola publicou hoje uma nota, declarando que a medida
é incompatível com a justa consciência moral, em particular com aquela católica, pois,
do ponto de vista ético, piora a legislação vigente. Segundo a nota, a lei deixa a
vida humana sem defesa alguma, justamente no período em que é feita a maior parte
dos abortos, dando à gestante o direito sobre a vida do feto. O Episcopado ressalta
ainda, que a norma estabelece um conceito de saúde ambíguo e impõe uma ideologia considerada
pelos bispos “abortista” e de gênero. (ED)