Cidade do Vaticano, 04 jul (RV) - Quando queremos ouvir bem uma estação de
rádio ou um telefonema, nos envolvemos em silêncio para que possamos detectar o sinal
que desejamos e receber a mensagem a nós dirigida.
Do mesmo modo, quando queremos
ouvir o Senhor, perceber sua presença, é necessário nos afastarmos do burburinho diário
para, no silêncio, reconhecer a presença do divino interlocutor. Pedro reconhece
em Jesus o Messias porque, afastado das circunstâncias comuns do dia, estava tão livre
de apegos e tão aberto a Deus que pode reconhecer a verdadeira identidade de Jesus
Cristo.
Nesse encontro com Deus, Simão recebe sua grande missão, encontra sua
vocação: ser pedra, Pedro, aquele que deverá confirmar a fé de seus irmãos.
Também
nós, se quisermos identificar nossa missão, nossa vocação, será necessário penetrarmos
no silêncio da oração para ouvirmos o Senhor nos indicando o caminho a ser seguido.
E essa escuta é feita não uma única vez, mas sempre. O Senhor não irá mudar nossa
vocação, mas irá atualizá-la, torná-la própria para o mundo e o momento em que vivemos.
Paulo,
em sua carta a Timóteo, revê sua resposta à sua vocação. Ele reconhece que foi fiel
à missão, que anunciou o Evangelho de Cristo ao mundo. Revê todas as vicissitudes
por que passou, o quanto sofreu por causa de sua missão. Ao mesmo tempo em que vê
que foi fiel, Paulo é humilde. Agradece a Deus sua fidelidade à vocação e o cumprimento
da missão. Do mesmo modo, quando examinamos nossa atuação cristã, deveremos perceber
que foi a graça de Deus que nos fez sermos fiéis.
Pedro e Paulo foram as duas
colunas da Igreja, mas o foram não por seus próprios méritos, mas por fidelidade à
graça recebida. Que também nós, vivendo uma grande humildade e obediência, permitamos
que o Espírito aja em nosso querer e agir. Assim, poderemos louvar e agradecer ao
Senhor por nos ter convidado a tomarmos parte em sua missão redentora e nos ter tornado
fiéis, mesmo envolvidos por diversas dificuldades.