2010-07-04 12:37:17

PAPA REZA POR DESEMPREGADOS E ENCORAJA TUTELA DA CRIAÇÃO


Sulmona, 04 jul (RV) - Na região de Abruzos, onde Bento XVI retornou hoje pela terceira vez após a visita a Maloppello em 2006, e a Acquila e Onna no ano passado, dificuldades, problemas e preocupações não faltam. O Papa sabe disso e o reafirmou na missa presidida esta manhã na praça central de Sulmona, cidade onde nasceu o Papa Celestino V, 800 anos atrás.

Bento XVI se referiu às pessoas que vivem concretamente em condição de precariedade devido ao desemprego, à incerteza do futuro ou sofrimentos físicos e morais, em meio ao desalento causado pelo terremoto de 6 de abril de 2009.

Na homilia, o papa exaltou o exemplo de vida de São Pedro Celestino V, que oito séculos depois, permanece na história pelas vicissitudes do seu tempo e pontificado, mas, sobretudo por sua santidade:

“A santidade não perde nunca a sua força atrativa, não cai no esquecimento, não sai da moda; ao contrário, com o passar do tempo, resplandece com cada vez mais luminosidade, expressando a perene busca do homem a Deus”.  
Da vida de São Pedro Celestino, Bento XVI citou basicamente três ensinamentos válidos ainda em nossos tempos: antes de tudo, o silêncio deste eremita que desde a sua juventude se transformou em alguém que procurava Deus, um homem desejoso de encontrar resposta para as grandes interrogações da existência. O silêncio tornou-se para ele o elemento que caracterizava o seu viver quotidiano – sublinhou o Papa. E era precisamente no silêncio exterior, mas sobretudo no silêncio interior, que ele conseguia advertir a voz de Deus, capaz de orientar a sua vida.

“Vivemos numa sociedade em que cada espaço, cada momento parece ter que ser preenchido com iniciativas, atividades, sons; muitas vezes não há tempo nem sequer para escutar e para dialogar. Consequentemente, se quisermos ouvir a voz de Deus e a das pessoas que estão ao nosso redor, não devemos ter medo de fazer silêncio fora e dentro de nós”. 
O segundo elemento exemplar da vida do Papa São Celestino destacado por Bento XVI é que “a descoberta do Senhor não é o resultado de um esforço pessoal, mas sim da própria graça de Deus, que o antecipa.

“Mesmo que a nossa vida seja muito diferente, para nós também vale a mesma coisa: o essencial de nossa existência nos foi dado sem que pedíssemos. O fato de eu viver não depende de mim; o fato de haver pessoas que me tenham introduzido na vida, me tenham ensinado o que é amar e ser amado, que me transmitiram a fé e me abriram os olhos para Deus; tudo isso é graça”.

Bento XVI lembrou que no silêncio interior, Pedro del Morrone amadureceu uma experiência viva da beleza da criação, obra das mãos de Deus: sabia acolher o sentido profundo, respeitava os sinais e ritmos, usava aquilo que era essencial para a vida. O Pontífice disse estar ciente de que a Igreja na região dos Abruzos está ativamente engajada numa campanha de sensibilização para a promoção do bem comum e da salvaguarda da criação.

Enfim, o último elemento: mesmo conduzindo uma vida eremita, São Pedro Celestino não “se fechou em si mesmo”, mas foi tomado pela paixão de levar a boa nova do Evangelho aos irmãos, compromisso essencial do discípulo, assim como descrito pelo Papa:

“O anúncio sereno, claro e corajoso da mensagem do Evangelho – inclusive nos momentos de perseguição – sem ceder ao fascínio da moda, da violência ou da imposição; o despojamento de coisas materiais, como o dinheiro e roupas; a atenção e o cuidado particular pelos doentes no corpo e no espírito”. 
Estas foram algumas características do breve e sofrido pontificado (de 6 meses) de Celestino V, e “devem ser as características da atividade missionária da Igreja em todas as épocas”.

Terminando sua homilia, Bento XVI assegurou aos fiéis que foi até lá para confirmá-los na fé e exortá-los, carinhosamente, a permanecer firme fé que receberam, fé que dá sentido à vida e que doa a força de amar.

Após a missa, o Papa rezou com todos os fiéis a oração do Angelus, antes da qual, os convidou a conduzirem um estilo vida sóbrio e a manter livres suas mentes e corações para compartilhar seus bens com os irmãos.

Evocando mais uma vez Celestino V, Bento XVI destacou que “ele encontrou o modelo perfeito de obediência à vontade divina numa vida simples e humilde, dedicada à busca daquilo que é realmente essencial, sabendo agradecer sempre ao Senhor e reconhecer em todas as coisas um dom de sua bondade".
(CM)







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