Sulmona, 04 jul (RV) - Após a missa presidida na praça “Garibaldi” de Sulmona,
o Pontífice visitou o centro pastoral diocesano que abriga a “Casa sacerdotal”, estrutura
para sacerdotes doentes e anciãos recém-reformada e inaugurada hoje por Bento XVI,
de quem recebe o nome.
Nesta residência, o Papa almoçou com os bispos do regional
Abruzos-Molise. Ali também saudou os membros do comitê organizador da visita e se
encontrou com uma comitiva de guardas e detentos do cárcere de Sulmona, acompanhados
pelo diretor e o capelão. Logo após, às 17h, Bento XVI foi a Catedral de São Pânfilo,
Bispo de Sulmona no século VII, padroeiro da cidade, para um encontro com os jovens
da diocese.
Chegando ao templo, o Papa se deteve em adoração diante do Santíssimo
Sacramento. O Bispo Angelo Spina fez um discurso, e sucessivamente, dois jovens saudaram
o Pontífice em nome do grupo. Bento XVI agradeceu e elogiou a memória dos jovens,
que lhe falaram dos 25 anos da Jornada Mundial da Juventude e da atualidade de São
Celestino V.
Das palavras proferidas pelos jovens, o Papa ressaltou um aspecto
positivo e outro negativo. O primeiro é a sua visão cristã da vida, resultado da educação
recebida da família e dos educadores. O negativo são as sombras que escurecem seu
horizonte: problemas concretos que dificultam as perspectivas de um futuro sereno
e otimista; assim como falsos valores e modelos ilusórios que ao invés de preencher
a vida, a esvaziam.
Para encorajá-los, Bento XVI usou uma expressão jovem,
dizendo-lhes que têm “uma marcha a mais”, por conservarem fortes suas raízes históricas
e fazerem delas a sua “mestra de vida”. “O cristão – disse o papa – tem boa memória,
ama a história e quer conhecê-la”.
Em seguida, o tema do discurso verteu para
o chamado de Deus, a vocação. Para o Papa, é preciso ensinar o nosso coração a reconhecer
o Senhor, a ouvi-lo como pessoa que nos está próxima e nos escuta. Se aprendermos
a ouvir esta voz e a segui-la com generosidade, não teremos medo de nada, pois saberemos
que Deus é Amigo, Pai e Irmão. Em síntese: o segredo da vocação é a relação com Deus,
a oração.
O diálogo com Deus é garantia de verdade e liberdade, e não distrai
ninguém da realidade; não aliena, mas defende do orgulho e da presunção, das modas
e do conformismo. “Quem segue Ele, não tem medo de renunciar a si mesmo, pois “a quem
tem Deus, nada falta” – como dizia Santa Tereza d’Avila.
O Papa convidou os
jovens a adentrarem-se no caminho da santidade, que os fará mais criativos ao resolver
os problemas da vida, pois o cristão não é individualista. Até a vida solitária de
oração e penitência é sempre ao serviço da comunidade, jamais se contrapõe a ela.
“Eremitérios e mosteiros são oásis, fontes de vida espiritual – explicou – e os monges
não vivem para si, mas para os outros, para que a Igreja e a sociedade sejam sempre
irrigadas de novas energias, de ações do Senhor”.
Enfim, Bento XVI citou Santo
Agostinho, que por tanto tempo procurou algo que saciasse sua sede de verdade e felicidade,
e no final, entendeu que nosso coração não tem paz até encontrar Deus e nEle repousar.
Concluindo, o Papa disse que deixava Sulmona contente, como um pai tranqüilo
que vê que seus filhos estão crescendo bem. Pediu-lhes que continuem a amar a Igreja,
nos trilhos do Evangelho, e a serem humildes e generosos.
Antes de deixar
o templo, o Papa desceu à cripta para venerar as relíquias de São Pânfilo e São Celestino
V. Da Catedral, Bento XVI se dirigiu ao estádio municipal, de onde partiu de helicóptero
rumo à Cidade do Vaticano.
Por ocasião da visita de Bento XVI à cidade e à
Diocese de Sulmona-Valva, e como expressão concreta de comunhão e afeto, as paróquias,
institutos religiosos, movimentos e associações locais promoveram uma coleta com a
finalidade de oferecer ao Papa um hospital na África. (CM)