Juiz de Fora, 04 jul (RV) - Neste domingo, dia 4 de julho, celebramos a solenidade
das duas grandes colunas da Igreja, Pedro e Paulo. Quando falamos de Pedro, lembramo-nos
de instituição, poder das chaves, hierarquia, serviço ministerial. Fez parte do grupo
dos doze. Foi uma testemunha ocular da vida de Cristo, que lhe disse: “Tu és Pedro
e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja”.
Quando falamos de Paulo, lembramo-nos
do carisma, da evangelização, da pregação. Pregou o Evangelho de Nosso Senhor depois
de sua conversão, que se deu a caminho de Damasco. Pedro e Paulo são dois nomes
que, ao longo dos séculos, personificaram a Igreja inteira em sua ininterrupta, rica
e inolvidável Tradição.
O relato do Evangelho deste domingo compõe-se de duas
partes: o ato de fé de Pedro, porta-voz dos doze, sobre o messianismo de Jesus e,
junto a esta profissão de fé, fica inserida a promessa do primado que Jesus faz a
Pedro. As palavras de Pedro são resposta à pergunta de Jesus sobre quem eles pensavam
que Ele fosse. Antes, os discípulos julgavam que Jesus fosse um messias conquistador
e guerreiro que, finalmente, devolveria o poder a Israel, expulsando os romanos e
depois dominando o mundo. Jesus desfez toda essa ilusão. Seu reino não se distinguiria
pelo poder das armas, mas, pelo serviço generoso, despretensioso e amoroso aos irmãos.
Na segunda parte, esse ensinamento de Jesus é confirmado. A fé de Pedro constitui
o fundamento sólido da Igreja de Cristo e capaz de dominar as forças contrárias do
mal.
Para reconstruir a unidade, não devemos buscar que os outros se convertam
para nós, ou nós para eles. Cada um de nós deve se converter para Cristo e para sua
palavra, seguindo o exemplo de São Paulo e de São Pedro. Que nesta solenidade, cara
e querida a todos os católicos, nos unamos numa única prece pela vida e pelo ministério
do Papa Bento XVI, que tantos benefícios tem feito em favor da Igreja de Cristo pela
sua palavra e pelo seu exemplo!
+ Eurico dos Santos Veloso Arcebispo Emérito
de Juiz de Fora (MG)