Cidade do Vaticano, 29 jun (RV) - Esteve em visita à RV o Dr. Kanayo Nwanze,
presidente do IFAD, Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola. A agência
da ONU tem sede em Roma e objetivo de livrar o mundo do problema da fome e gerar crescimento
nos países pobres.
No Brasil, o IFAD começou a operar em 1980, concedendo
empréstimos para programas e projetos visando reduzir a pobreza e aumentar a produtividade
nas áreas rurais de modo sustentável e ambientalmente amigável, especialmente no semi-árido
do Nordeste.
Com a Santa Sé, o Fundo mantém relações constantes. Em janeiro
de 1988, no décimo aniversário da agência da ONU, Papa João Paulo II recebeu uma comitiva
em audiência, gesto repetido em fevereiro de 2009 por Bento XVI.
Dos 310
milhões de pobres ajudados pelo Fundo, 200 estão distribuídos em 41 países africanos.
“Mas embora os africanos tenham empobrecido – disse Nwanze, nigeriano – a África não
é um continente pobre”.
“A Agricultura na África é quase toda de subsistência.
A maioria de nossos esforços se concentrou em tirar as pessoas da pobreza propiciando-lhes
a subsistência, com micro-empréstimos. Nossa missão e visão consideram a agricultura
e os lavradores como negócios e empresários agrícolas. A agricultura é um ‘business’
rural, e como todos os negócios, deve ter a produção assegurada”.
Para
o especialista, “o que falta para reerguer a África é vontade política por parte dos
governos, cujos líderes deveriam ampliar sua visão e projetar o futuro de seus países,
superando o complexo do colonialismo, visto que estão celebrando meio século de independência”.
Concluindo, para Nwanze, há que se apostar na agricultura para emancipar a
África, considerando que apenas 5% dos terrenos cultiváveis são explorados. (CM)