ENCHENTES, DOM MUNIZ: "IGREJA MISSIONÁRIA E SAMARITANA"
Cidade do Vaticano, 29 jun (RV) - O Arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz
Fernandes, emitiu uma nota de solidariedade às pessoas atingidas pelas enchentes.
“Sensibilizados com os últimos acontecimentos que destruíram boa parte de nosso
estado de Alagoas, nos irmanamos com a Caritas e a Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB) Regional Nordeste II, para mostrarmos o rosto da Igreja de Maceió:
“Missionária e Samaritana”, em meio aos irmãos flagelados, atingidos pelas fortes
chuvas que devastaram nossa região” - destaca Dom Antônio, em um dos trechos da nota. A
população de Maceió pode fazer suas doações, e a Arquidiocese disponibilizou uma conta
bancária para receber essas doações. Banco Real, agência 1538, conta 4.094750 – 6.
No caso de alimentos, roupas e remédios, a Igreja de São Gonçalo continuará aberta
para a arrecadação. “Agradeço de modo particular aos fiéis desta Arquidiocese
pela generosidade e espírito fraterno, que despertou o coração de muitos a este gesto
de Igreja que nos faz viver o ideal do Evangelho de Jesus Cristo: A partilha como
gesto concreto do amor” - destacou Dom Antônio. Em visita à nossa redação, o Arcebispo
concedeu entrevista que irá ao ar na integra em nosso especial "Em Romaria", quinta-feira,
ás 12h, horário de Brasília. Neste trecho, ele revela o que constatou em suas visitas
de vistoria à região alagada. Ouça aqui:
Leia qui a
íntegra da carta divulgada por Dom Antonio Muniz:
“Então Jesus tomou os cinco
pães e os dois peixes, levantou os olhos para o céu, rezou sobre eles a benção,
partiu-os e deu aos discípulos para que os servissem à multidão. Todos comeram e ficaram
saciados...” (Lc 9, 16-17)
Sensibilizados com os últimos acontecimentos que
destruíram boa parte de nosso Estado de Alagoas, nos irmanamos com a Cáritas e a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Regional Nordeste II, para mostrarmos o rosto
da Igreja de Maceió: “Missionária e Samaritana”, em meio aos irmãos flagelados, atingidos
pelas fortes chuvas que devastaram nossa região. O quadro geográfico foi criado
em decorrência do elevado nível das águas nas cabeceiras dos rios, situados em Pernambuco,
os quais, hidrograficamente, deságuam nas regiões dos Vales do Paraíba, Mundaú e Camaragibe.
Nossa
situação é da calamidade pública, muitas famílias perderam tudo e estão à mercê de
ajudas, pois lhes faltam: Água potável, alimentos e abrigo, entre outras coisas necessárias
ao sustento humano digno. Segundo os boletins oficiais, nosso rio Mundaú subiu seis
metros repentinamente na sexta-feira dia 18, causando enchente no Vale do Mundaú.
Há registro de que 177.282 pessoas foram afetadas pelas chuvas e 56 desaparecidas,
sendo 500 vítimas somente no município de União dos Palmares. Até agora, 26.141 pessoas
estão desabrigadas e 47.687 estão desalojadas. Há 21 municípios atingidos e 15 deles
decretaram estado de calamidade pública. Mais de 4.000 casas foram destruídas.
Ao
tomarmos conhecimento, mobilizamos toda a Arquidiocese em um grande mutirão de solidariedade,
disponibilizando a Igreja de São Gonçalo do Amarante, no centro da cidade, como ponto
de arrecadação de donativos, e posteriormente, organizamos uma equipe na cidade de
União dos Palmares por estar no centro da região atingida. Os sacerdotes que atendem
estes municípios deram o destino das doações generosas e promoverão momentos com celebrações
para alimentá-los espiritualmente.
Somos conscientes da gravidade do problema
e sabemos que esta movimentação é paliativa, porque precisamos pensar com este povo
vitimado, a maneira correta para o recomeço de uma nova vida. Tratam-se de pessoas
pobres que perderam tudo o que tinham, inclusive a moradia. Nossa tarefa como Igreja
é de gerirmos juntos com os poderes públicos, sem alimentarmos uma política partidária
em tempo de campanhas, mas promovermos a dignidade da pessoa humana que está totalmente
desprovida do necessário para a sobrevivência.
“Vinde, abençoados por meu Pai!
Tomai posse do Reino preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome
e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, fui peregrino e me acolhestes,
estive nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava na cadeia e viestes ver-me.
(...) Eu vos garanto: todas as vezes que fizestes isso a um desses meus irmãos menores,
a mim o fizestes.” (Mt 25, 34-40)
Como Igreja de Maceió, posso afirmar que
abraçaremos esta causa e fortaleceremos com a ajuda de todos, o nosso “Fundo de Solidariedade”,
uma conta da Arquidiocese que já foi anteriormente aberta com o intuito de manter
os trabalhos sociais que realizamos em várias entidades beneficentes, mantidas, graças
a generosidade do povo de Deus.
As doações poderão ser depositadas no Banco
Real, Agência 1538, conta 4.094750-6. No caso de alimentos, roupas e remédios, A
Igreja de São Gonçalo continuará aberta para a arrecadação. Vamos fazer nossa parte
como cristãos católicos!
Agradeço de modo particular aos fiéis desta Arquidiocese
pela generosidade e espírito fraterno, que despertou o coração de muitos a este gesto
de Igreja que nos faz viver o ideal do Evangelho de Jesus Cristo: A partilha como
gesto concreto do amor.
Dom Antonio Muniz Fernandes, O.Carm. Arcebispo Metropolitano
de Maceió (CM)