VATICANO DIVULGA NOTA SOBRE A CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS
Cidade do Vaticano, 28 jun (RV) - "Diante das notícias que, de algum tempo
para cá, continuam a se difundir, sobre a Congregação para a Evangelização dos Povos
– antes chamada "De Propaganda Fide” – torna-se necessário recordar alguns dados objetivos,
a fim de tutelar a boa fama desse importante organismo da Santa Sé e da Igreja Católica":
esse é o preâmbulo da nota da Sala de Imprensa da Santa Sé, publicada no final da
manhã desta segunda-feira.
"A Congregação – prossegue a nota – é o órgão que
tem a tarefa de dirigir e coordenar, em todo o mundo, a obra de evangelização e a
cooperação missionária, como se pode ler no número 85 da constituição apostólica Pastor
Bonus."
"Seu primeiro e fundamental objetivo é o de guiar e amparar as Igrejas
jovens, situadas em territórios de recente ou escassa evangelização, territórios que,
por longa tradição, estão sujeitos à competência desse organismo vaticano, no que
diz respeito a todos os aspectos da vida eclesial."
"Por tal motivo – diz ainda
a nota da Sala de Imprensa – esse organismo coordena a presença e a ação dos missionários
no mundo, submete à aprovação do Santo Padre os candidatos ao Episcopado, e é responsável
pela formação do clero local, dos catequistas e dos agentes de pastoral."
"Tal
função é exercida, no seu nível mais elevado, pelos membros da Congregação, em sua
maioria cardeais, muitos dos quais provêm dos próprios países de missão, que se reúnem
periodicamente. Em sua gestão ordinária, o organismo é dirigido pelo cardeal prefeito
e pelos outros superiores, cada um segundo suas respectivas funções."
"Com
a finalidade de desempenhar suas próprias tarefas – acrescenta o texto – a Congregação
dirige e mantém, em Roma, uma ampla série de estruturas e serviços de formação, dentre
os quais se destacam a Pontifícia Universidade Urbaniana (com cerca de 1.400 alunos
no atual ano letivo) e diversos colégios, nos quais estudam, atualmente, cerca de
150 seminaristas, 360 sacerdotes, e 150 entre religiosas e leigos provenientes dos
cinco continentes."
"Essa vasta obra, que requer uma quantidade não indiferente
de recursos financeiros – prossegue a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé sobre a
Congregação para a Evangelização dos Povos – constitui apenas uma parte do empenho
da Congregação. É do conhecimento de todos que ela doa todos os anos, às Igrejas dos
territórios a ela sujeitos (1.080 circunscrições) um subsídio financeiro ordinário
que, em muitos casos, representa a principal ou uma das principais fontes de renda
para as dioceses, os vicariatos apostólicos, as circunscrições territoriais, e as
missões sui iuris, entre outros organismos. Paralelamente, a Congregação envia, anualmente,
subsídios para a formação do clero local, o que, para a Santa Sé, é um instrumento
imprescindível para o crescimento e o amadurecimento dessas Igrejas que estão entre
as de realidades mais vitais e promissoras para o futuro da Igreja Católica. Graças
à ajuda da Congregação e de outras numerosas obras de amparo às missões, por parte
dos católicos de todo o mundo, um notável número de sacerdotes, seminaristas e outros
agentes de pastoral podem estudar em Roma, junto ao Sucessor de Pedro, vivendo uma
experiência de formação única, típica da catolicidade, capaz de marcar de modo indelével,
seu futuro serviço às suas respectivas comunidades."
"Além, disso – diz ainda
o texto divulgado no final desta manhã – são distribuídas, anualmente, somas de ajuda
aos projetos em favor da construção de novas igrejas, instituições pastorais, obras
de alfabetização, estruturas hospitalares e de saúde, em particular em favor da infância,
além de estruturas de ensino, frequentemente em regiões que se encontram entre as
mais pobres existentes na face da Terra. Toda essa série de iniciativas e numerosas
outras são promovidas e coordenadas pelas Pontifícias Obras Missionárias (PP.OO.MM).
que fazem parte da Congregação para a Evangelização dos Povos. Se se considerar a
relação existente entre a quantidade do pessoal que ali trabalha e os recursos distribuídos,
se poderá facilmente verificar que os custos de sua gestão são notavelmente menores
do que os apresentados por qualquer outra organização internacional empenhada no campo
da cooperação (e isso graças à colaboração direta e gratuita, em todo o mundo, por
parte de bispos, Nunciaturas Apostólicas e organizações católicas)."
A Congregação
para a Evangelização dos Povos obtém seus próprios recursos, principalmente, da coleta
realizada no Dia Mundial das Missões, coleta que é inteiramente distribuída através
das Pontifícias Obras Missionárias nacionais; e em segundo lugar, das rendas de seu
próprio patrimônio financeiro e imobiliário. Esse patrimônio formou-se ao longo de
décadas, graças a numerosas doações de benfeitores de todas as classes sociais, que
decidiram deixar parte de seus bens a serviço da causa da evangelização."
"A
valorização de tal patrimônio – explica a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé – é,
naturalmente, uma tarefa complexa, que requer empenho, e que se deve valer do aconselhamento
de pessoas especializadas nos diversos campos profissionais e que – como todas as
operações financeiras – pode se ver exposta também, a erros de avaliação e às flutuações
do mercado internacional."
"Não obstante – acrescenta o texto – esse patrimônio
continua a crescer, testemunhado, assim, o esforço de uma correta gestão administrativa,
assim como a crescente generosidade dos católicos. Ao mesmo tempo, ao longo dos últimos
anos, tem aumentado a consciência da necessidade de melhorar a rentabilidade desse
patrimônio e, com tal finalidade, instituíram-se estruturas e procedimentos voltados
a garantir uma gestão profissional e em linha com os padrões mais avançados."
"Com
esta nota – conclui a Sala de Imprensa da Santa Sé – se quer recordar a todos, a identidade,
o valor e o profundo significado de uma instituição vital para a Santa Sé e para toda
a Igreja Católica, instituição que responde ao mandamento de Jesus: "Ide por todo
o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura" (Mc 16, 15). A Congregação mereceu e
continua a merecer o apoio de todos os católicos e de todos aqueles que se preocupam
com o bem do homem e seu desenvolvimento integral." (AF)