Kampala, 27 jun (RV) - “Vemos com grande preocupação que 2011 se aproxima e
aumentam os sentimentos de medo e pessimismo nos corações de muitas pessoas” – afirmam
os bispos de Uganda num documento publicado no final de sua Assembleia Plenária. O
comunicado dos bispos foi enviado à Fides pela Agência CISA de Nairóbi.
“As
causas do medo são muitas e queremos citar algumas das mais difundidas: a insegurança
em relação ao trabalho e sobre a propriedade da terra, o aumento das desigualdades
entre ricos e pobres, o aumento das tensões entre os grupos étnicos, a má qualidade
da assistência médica e outros problemas sociais. É de fundamental importância que
todos aqueles que se preparam para se candidatar nas próximas eleições estejam prontos
para enfrentar com determinação as questões indicadas na presente declaração, considerando
o bem comum do povo” – afirmam os bispos.
Em 2011, os ugandenses serão chamados
a votar nas eleições presidenciais. A Conferência Episcopal observa que “os acontecimentos
em andamento no país indicam que aumenta o medo e a ânsia pelo futuro político de
nosso país, sobretudo, por aquilo que pode acontecer antes, durante e depois das próximas
eleições. Desejamos um processo eleitoral correto, leal e gerido por organismos eleitorais
críveis, que garantam transparência e imparcialidade”.
“A Igreja está engajada
a levar à população a esperança que as eleições sejam guiadas pelos valores e princípios
de democracia em nome do Deus Onipotente. Estamos também engajados em promover a democracia
eleitora e a permanecer sempre a voz daqueles que não tem voz, sem comprometer a nossa
imparcialidade” – afirmam os bispos, que fazem também um apelo aos profissionais dos
meios de comunicação para que “tenham autocontrole e senso de responsabilidade no
trabalho, fornecendo informações verdadeiras e objetivas, que respeitem a legítima
pluralidade de opiniões.
“Ao mesmo tempo, fazemos um apelo ao Governo e ao
Parlamento a fim de que o projeto de lei em discussão sobre a liberdade de informação,
a fim de prevenir abusos, não sufoque não viole o princípio da liberdade de expressão,
um direito que, numa sociedade realmente moderna e democrática, é de todos os cidadãos,
pessoas e organizações”. (SP)