Lahore, 27 jun (RV) - Enquanto é grande a tensão por causa dos atentados terroristas,
e as minorias religiosas avançam na campanha contra as discriminações, a Igreja no
Paquistão prossegue no caminho do diálogo inter-religioso, na esperança de estabelecer
uma ligação com os líderes islâmicos.
Promover a paz e combater juntos o terrorismo
no Paquistão: com esta finalidade encontraram-se nos últimos dias em Lahore mais de
200 sacerdotes e religiosos católicos, imãs e líderes islâmicos, que discutiram a
atual situação do país, infestado pelo terrorismo e pela violência. Como informaram
as fontes da Fides presentes no encontro, os religiosos concordaram em procurar caminhos
de cooperação para debelar o extremismo e promover a harmonia na sociedade.
A
conferência foi presidida pelo Bispo auxiliar de Lahore, Dom. Sebastian F. Shaw OFM
e organizada pela Comissão Nacional para o Diálogo Inter-religioso no âmbito da Conferência
Episcopal. Os ministros de culto das duas comunidades promoveram um debate aberto
e se uniram na luta contra o terrorismo: “Ao lado dos cristãos, muitos muçulmanos
foram vítimas do terrorismo. A paz é um bem comum e o respeito recíproco entre os
fiéis é uma garantia de paz. Cada ser humano é respeitado”, ressaltou um religioso
islâmico.
Syed Waseem Samad, à frente da Comissão governamental para o diálogo
inter-religioso, participante do encontro, assegurou que o governo pretende garantir
os mesmos direitos e oportunidades iguais a todos os cidadãos e fazer respeitar os
direitos humanos, convidando o National Council for Inter-faith Dialogue (NCID) a
prosseguir com os seus esforços pela paz e a unidade do Paquistão.
A assembleia,
ao final de seus trabalhos, assumiu uma resolução, que afirma: “Condenamos as vinhetas
ofensivas sobre o Profeta Maomé e pedimos à comunidade internacional o respeito por
todos os símbolos religiosos; concordamos em promover juntos a paz no país; condenamos
os discursos que incitam o ódio e admiramos quem age pelo bem comum; pedimos aos meios
de comunicação que relatem com mais frequência histórias que mostram exemplos de paz
e de tolerância no Paquistão”. (SP)