AS FACETAS DOS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL

Brasília, 25 jun (RV) - Conclui-se hoje, em Brasília, 4º Seminário Nacional sobre Cultura da Paz, promovido pela Comissão Brasileira Justiça e Paz, organismo vinculado a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento de dois dias tem como tema "Economia e Direitos Humanos: garantir direitos para a promoção de uma cultura de paz".

"Estamos em um grande processo de transformação social e temos que nos preparar para essa nova realidade, pois temo que nossa sociedade se transforme numa população de pessoas excluídas e excludentes" – destacou o professor e presidente do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), Márcio Poschman, na abertura das palestras.

Segundo o presidente do IPEA, os Direitos Humanos e a crise econômica caminham lado a lado. Segundo informações do professor, a crise mundial está sendo sanada pelos países subdesenvolvidos – fato, segundo Márcio, inédito na história da humanidade.

"Os países ricos não conseguem sair da crise e os pobres ou emergentes sanaram boa parte dessa crise, como é o caso da China, Índia e especialmente Brasil, o que é absolutamente fantástico, um fenômeno novo, nunca antes visto. O Brasil está diante de uma oportunidade de liderar o mundo a frente de uma grave dificuldade enfrentada pelos países ditos de primeiro mundo."

Todavia, a questão dos Direitos Humanos permanece complexa no Brasil.

Para a irmã Sueli Belloto, uma das participantes do seminário, o encontro mostra diferentes realidades do país, refletindo também, segundo a irmã, o descaso dos governantes com os Direitos Humanos. "Vejo como muito grave a situação dos direitos humanos no país, principalmente da violência contra as crianças e jovens; pelos que estão nas fronteiras; pelas cidades que acolhem os presídios federais; pelos conflitos agrários; pela venda e consumo de drogas lícitas e ilícitas e pela corrupção dos governantes e legisladores".

Em especial, se falou dos desafios no Estado do Pará, especialmente na ilha de Marajó, situação que foi definida como degradante por representantes da região. (BF-CNBB)