2010-06-23 13:54:24

CUBA, DISSIDENTE SOLTO. A ESPERANÇA DO BISPO


Havana, 23 jun (RV) - O dissidente cubano Darsi Ferrer, detido há quase um ano, foi libertado ontem e cumprirá o resto de sua sentença em prisão domiciliar - declarou à imprensa o porta-voz da Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional (CCDHRN), Elizardo Sánchez.

Ferrer, de 40 anos, classificado como prisioneiro de consciência pela Anistia Internacional, foi condenando a um ano e três meses por receptação por comprar cimento de forma ilegal, no mercado negro.

O opositor foi detido no dia 21 de julho do ano passado e desde então, estava encarcerado sem ter sido julgado. Ele chegou a fazer greve de fome durante 24 dias, entre março e abril, para exigir atenção médica e que seu caso fosse analisado, reivindicações que foram aceitas.

Segundo Sánchez, com a decisão de ontem, “o governo continua a política dos últimos meses de evitar deter novos presos políticos”.

Há dois meses, a Igreja Católica e a administração de Raúl Castro mantêm um diálogo para resolver a questão dos detidos. Até o momento, as autoridades permitiram a libertação do opositor Ariel Sigler, além do traslado de 12 presos -- transferidos para cárceres próximos aos seus locais de residência.

Entretanto, o Bispo Auxiliar de Havana, Dom Juan de Dios Hernández, pediu ontem paciência, garantindo que o processo de diálogo com o Governo comunista não vai se deter, mas vai trazer novos resultados.

“É um processo que já se iniciou e não vai se interromper. Nossa intenção é manter o diálogo para ajudar a reconciliação nacional” - afirmou em coletiva à imprensa. Para ele, “a abertura ao diálogo mostrada pelas autoridades demonstra o interesse do Governo por avançar na reconciliação”.

“Percebo que somos ouvidos, levados em consideração, sabemos que somos uma minoria na sociedade, mas como diria o Santo Padre, uma minoria significativa”.

Dom Juan de Dios Hernández disse que neste tipo de processo, tão delicado, é bom ter paciência: “Eu o comparo com a vida no ventre da mãe. Mesmo que queiramos muitíssimo o nascimento da criança, é preciso esperar; do contrário corremos o risco do aborto, que não produz um novo ser, mas um ser desfigurado”.
(CM)







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