A educação entre fé e cultura. Cristãos e muçulmanos em diálogo.
(23/6/2010) "Cristãos e muçulmanos, vamos unir nossos esforços para que amanhã nunca
faltem homens e mulheres que, através da sua coragem, perseverança e mansidão, sejam
capazes de purificar as suas mentes e os seus corações para que a sabedoria humana
se encontre com a sabedoria de Deus."
Com esta exortação, o Presidente
do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, Card. Jean-Louis Tauran, concluiu
o seu discurso na sexta reunião do Comité Científico da Fundação Internacional Oasis,
realizada segunda feira em Beirute, capital do Líbano. Expoentes católicos e muçulmanos
ali se reuniram para debater o tema "A educação entre fé e cultura. Cristãos e muçulmanos
em diálogo".
O purpurado observou que, diante das duas crises fundamentais
do nosso tempo, "a crise da inteligência" e a "da transmissão de valores", há um "retorno
do religioso". Para ele as religiões oferecem um contributo específico para a educação.
Elas dão o "gosto da vida interior", argumentando que "o homem não vive somente de
pão".
Além disso, as religiões favorecem a "pedagogia do encontro"
e ajudam a viver a diferença no respeito. Segundo o Card. Tauran, as religiões também
promovem a aceitação da diversidade e contribuem para garantir o respeito da dignidade
humana, pois "cada um de nós é único, cada um de nós é sagrado".
Perante
o desafio da educação, acrescentou, não deveria ser impossível que líderes cristãos
e muçulmanos sensibilizassem legisladores e professores para a oportunidade de propor
regras de comportamento. Regras como o respeito "por quem busca a verdade do enigma
da pessoa humana; o sentido crítico que permite escolher entre o verdadeiro e o falso;
o ensino de uma filosofia humanista que permite respostas humanas às questões sobre
o homem, o mundo e Deus".
A educação no sentido mais amplo do termo,
concluiu o Card. Tauran, "não pode ignorar a dimensão religiosa da pessoa humana".