PAÍSES AFRICANOS ALCANÇAM MAIS PROGRESSOS NOS OBJETIVOS DO MILÊNIO
Nova York, 22 jun (RV) - Os países mais pobres da África lideram a lista de
nações que obtiveram mais progressos nos esforços para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio (ODM), segundo um relatório da Onu divulgado nesta terça-feira.
O
estudo, elaborado em conjunto com o Overseas Development Institute (ODI), indica que
11 dos 20 países que mais avançaram, em termos absolutos, na luta contra a pobreza,
são africanos, enquanto três são latino-americanos e o restante, asiáticos.
O
documento também diz que metade dos países africanos está a caminho de conseguir reduzir
a pobreza extrema pela metade em 2015, em relação aos níveis de 1990.
Além
disso, a maioria dos países de baixa e média rendas conseguiu progredir rumo às principais
metas contempladas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, como a universalização
da educação primária e a redução da mortalidade infantil.
Os responsáveis pelo
estudo consideram que suas conclusões contradizem as percepções "pessimistas" de que
os esforços para combater a pobreza fracassaram.
"Em vez de lamentar que a
África não consiga cumprir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, deveríamos
comemorar as mudanças genuínas que ocorreram na vida de milhões de pobres" – disse
num comunicado, o diretor da Campanha do Milênio da Onu, Salil Shetty.
Shetty
ressaltou que esse relatório demonstra que a determinação das autoridades dos países
pobres, junto à colaboração de seus cidadãos e a ajuda para o desenvolvimento, tem
benefícios "tangíveis".
O diretor da Campanha do Milênio pediu aos líderes
mundiais – que se reunirão nos próximos dias 25 e 26 no Canadá, nas cúpulas do G-8
e o G-20 – para que mantenham seus compromissos em relação à ajuda oficial ao desenvolvimento,
já que os resultados estão sendo alcançados.
Segundo o relatório, os países
africanos Benin, Mali, Etiópia, Gâmbia e Malauí lideram a lista de países que conseguiram
maiores avanços em "termos absolutos" na erradicação da pobreza, na qual também se
encontram Honduras, Nicarágua e Guatemala, assim como Índia, Vietnã e Bangladesh.
Os
autores do estudo consideram que medir o progresso em termos absolutos, de acordo
com a realidade de cada país, em vez de em relação às metas globais estabelecidas
nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, oferece um "panorama mais completo".
Nesse
sentido, asseguram que as maiores reduções nas taxas de mortalidade infantil ocorreram
exatamente nas áreas onde se registram os níveis mais altos, como a África subsaariana
e o sul da Ásia.
Os responsáveis pela elaboração do relatório também destacaram
que, apesar do atraso na meta de reduzir a mortalidade materna, pelo menos 80 países
registraram melhoras consideráveis nesse ponto. (AF)