NOVO ENCONTRO DO GRUPO DE TRABALHO VIETNÃ-SANTA SÉ
Cidade do Vaticano, 21 jun (RV) – "Realizar-se-á no Vaticano, nos dias 23 e
24 de junho, o segundo encontro do grupo de trabalho conjunto Vietnã-Santa Sé, com
o objetivo de aprofundar e desenvolver as relações bilaterais, como fora previsto
ao término do primeiro encontro, realizado em Hanói, nos dias 16 e 17 de fevereiro
do ano passado": esse é o teor do comunicado divulgado pelo diretor da Sala de Imprensa
da Santa Sé, Pe. Federico Lombardi, no final da manhã desta segunda-feira. Em dezembro
último, Bento XVI recebeu em audiência o presidente vietnamita, Nguyên Minh Triet.
Ao término do encontro, uma nota da Santa Sé afirmava que o encontro representara
um "significativo passo para o progresso das relações bilaterais" e manifestava a
esperança de que "as questões pendentes" pudessem ser resolvidas "o mais rápido possível".
A nação asiática tem, entre seus habitantes, cerca de seis milhões de fiéis da
Igreja Católica. Trata-se da segunda maior comunidade no continente. O número dos
católicos no Vietnã perde apenas para o número dos afiliados ao Partido Comunista.
O Governo de Hanói considera a presença da Igreja como uma ameaça e insiste em
aprovar as nomeações da hierarquia católica no país. O Vietnã e a Santa Sé jamais
mantiveram relações diplomáticas. Recentemente, houve melhoras nas perspectivas
de reconciliação. Em 2007, o primeiro-ministro do Vietnã, Nguyên Tan Dung, foi recebido
no Vaticano, num primeiro sinal de reaproximação. Uma das questões que ainda impedem
o estabelecimento de relações diplomáticas entre ambos consiste no confisco das propriedades
da Igreja, realizado pelo Governo vietnamita logo após 1954, quando o país deixou
de ser uma colônia francesa. Alguns mosteiros foram demolidos para dar espaço a parques
turísticos e hotéis. Em dezembro de 2007, a comunidade católica iniciou uma série
de vigílias de oração, para reivindicar a posse das propriedades. Os atos foram reprimidos
pela polícia. Nessa ocasião, o sacerdote Nguyên Van Ly foi condenado a oito anos de
reclusão sob a acusação de ter feito propaganda contra o Estado. A imprensa, por sua
vez, acusou o religioso de "fomentar revoltas". (AF)