PAPA AOS BISPOS BRASILEIROS: "SEJAM TUDO PARA TODOS"
Cidade do Vaticano, 19 jun (RV) - Esta manhã, o Papa recebeu os 35 bispos do
Regional Leste 2, que se encontram em Roma para a sua quinquenal visita ad Limina
Apostolorum. Neste contexto, os prelados titulares e eméritos das dioceses de Minas
Gerais e Espírito Santo estão visitando há dias vários departamentos da Cúria e do
Vaticano, como a sede da Rádio, na Piazza Pia. O Arcebispo de Belo Horizonte,
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Presidente do Regional 2, abriu o encontro saudando
o Pontífice em nome de todo o grupo e ilustrando os desafios e problemas dos dois
Estados que compõem o Regional. Dom Walmor exaltou a fé profundamente enraizada
do povo e a riqueza do patrimônio religioso de seu Regional, definindo-o “coração
católico da Igreja no Brasil”. E garantiu ao pontífice: “Viemos aqui para ouvi-lo”.
Em seguida, o Pontífice proferiu seu discurso. Recordando sua missão de ensinar
com audácia a verdade em que se deve crer e que se deve viver, o Papa convidou os
bispos a ajudarem os fiéis a eles confiados a descobrirem a alegria da fé e de serem
pessoalmente amados por Deus, e os animou com as seguintes palavras: “Queridos
irmãos, tende grande confiança na graça e sabei infundir esta confiança no vosso povo,
para que a fé sempre seja guardada, defendida e transmitida na sua pureza e integridade”. De
todos os deveres do ministério episcopal, Bento XVI ressaltou “o mais imperioso e
importante”: a responsabilidade pela celebração da Eucaristia, oferecendo a possibilidade
de aceder à mesa do Senhor, sobretudo ao domingo que é o dia em que a Igreja descobre
a sua peculiar identidade cristã ao redor dos presbíteros. No múnus de ser promotores
e animadores da oração na cidade humana, freqüentemente agitada, rumorosa e esquecida
de Deus, o Papa aconselhou os bispos a criarem lugares e ocasiões de oração, onde
no silêncio, na escuta de Deus, na oração pessoal e comunitária, o homem possa encontrar
e fazer a experiência viva de Jesus Cristo. “É preciso que as paróquias e os
santuários, os ambientes de educação e sofrimento, as famílias se tornem lugares de
comunhão com o Senhor” - destacou. O Pontífice fez outra recomendação, pedindo
aos bispos que promovam a participação de todos os fiéis na edificação da Igreja,
governando com coração de servo humilde e pastor afetuoso. Em virtude do múnus de
governar, o Bispo é chamado também a julgar e disciplinar a vida do povo de Deus confiado
aos seus cuidados pastorais, através de leis, diretrizes e sugestões, como previsto
na disciplina universal da Igreja. Este direito e dever é muito importante para que
a comunidade diocesana permaneça unida no seu interior e caminhe em sincera comunhão
de fé, de amor e de disciplina com o Bispo de Roma e com toda a Igreja. "Para isso
- pediu - não vos canseis de alimentar nos fiéis o sentido de pertença à Igreja". Entretanto,
Bento XVI ressaltou: “O governo do Bispo só pode ser pastoralmente proveitoso
se gozar do apoio de uma boa credibilidade moral, que deriva da sua santidade de vida.
Tal credibilidade predisporá as mentes para acolherem o Evangelho anunciado por ele
na sua Igreja e as normas que ele estabelecer para o bem do povo de Deus”. Neste
sentido, convidou os bispos brasileiros a fazerem-se “tudo para todos”, acolhendo
de coração aberto quantos batem à sua porta, aconselhando-os, confortando-os e apoiando-os
no caminho de Deus. Na conclusão do encontro, o Papa renovou seus sentimentos de
gratidão pelo serviço que prestam à Igreja com dedicação e amor, invocou de Cristo
a abundância dos dons e consolações celestes a seu ministério e concedeu a Bênção
Apostólica ao grupo, estendendo-a aos sacerdotes e diáconos, consagrados e consagradas,
seminaristas e leigos. (CM)