PAPA: FUTEBOL É MUITO MAIS QUE MERO ENTRETENIMENTO
Cidade do Vaticano, 17 jun (RV) - "Com sua periodicidade de quatro anos, a
Copa do Mundo de Futebol mobiliza milhões de pessoas. O que demonstra que, com ela,
se toca algo radicalmente humano e é preciso perguntar-se onde se encontra a base
deste poder."
Este é um trecho do artigo escrito, em 1985, pelo então
Cardeal Joseph Ratzinger, Arcebispo de Munique, intitulado "O Jogo e a vida: sobre
a Copa do Mundo".
No texto, Joseph Ratzinger faz uma análise do futebol
a partir da expressão romana "panem et circenses", pão e circo, afirmando que o fascínio
do futebol está essencialmente em reunir esses dois aspectos de forma muito convincente.
O então Arcebispo de Munique fala da identificação que se cria entre
os espectadores e os jogadores: o êxito e o fracasso de cada um estão cifrados no
êxito e no fracasso do conjunto, e os jogadores passam a ser símbolos da própria vida.
Todavia,
tudo isso pode ser pervertido por um espírito comercial, que submete tudo à sombria
seriedade do dinheiro – adverte Joseph Ratzinger. E o jogo deixa de ser tal para se
transformar em uma indústria que suscita um mundo de aparências de terríveis dimensões.
"O
jogo, uma vida: se aprofundarmos, o fenômeno de um mundo entusiasmado pelo futebol
poderá nos oferecer mais do que um mero entretenimento" – analisa.
Este
artigo é parte do livro "Buscar o que está no alto", que pode ser consultado no portal
www.humanitas.cl, da Pontifícia Universidade Católica do Chile. (BF)