Juiz de Fora, 17 jun (RV) - “O Cristo de Deus”. Essa afirmação de Pedro é que
faz a diferença entre a fé autêntica e adesão a Jesus, fruto de uma pura veneração
a ele, como homem e profeta extraordinário.
Conhecer a identidade real de uma
pessoa não é fácil, pois temos sempre diante de nós um mistério maior do que a própria
pessoa.
Ao responder a pergunta de Jesus, Pedro atinge o mistério divino. Há
um contraste frequente entre as aparências, aquilo que pelos sentidos conseguimos
entender e o que a fé nos pode revelar. Reconhecer Jesus como o Cristo é um ato de
pura fé, de puro amor.
A pergunta é dirigida também a cada um de nós pessoalmente:
Quem é, afinal, Jesus? Uma resposta sincera, livre, real pode alterar o significado
de todo o nosso relacionamento, com Deus e com o mundo.
É preciso olhar Cristo
para reconhecer o mistério da vida. Jesus mostra, com sua vida, o acesso à verdade,
a Deus. A profissão de fé de Pedro coincide com as aspirações mais profundas do ser
humano. A certeza de sua morte na cruz é o caminho para conhecê-lo e segui-lo.
O homem moderno, familiarizado com o comodismo e os fascínios de uma vida fácil, precisa
redescobrir o significado e a necessidade da cruz como processo de libertação de tudo
aquilo que impede o homem de encontrar Deus.
A ressurreição de Jesus é a vitória
sobre as estruturas da morte. Ele não permite que inocentes e indefesos continuem
morrendo à míngua, ou vítimas da violência, pois sua proposta é de vida e liberdade
para todos.
É preciso que nós saibamos renunciar a tudo o que impede a vida
e a fraternidade. Vamos assumir diariamente a causa de Jesus, que é a nossa cruz.
Se nós o seguirmos, transformaremos o mundo.
+ Eurico dos Santos Veloso Arcebispo
Emérito de Juiz de Fora(MG)