Para um rosto missionário da Igreja em Portugal : Carta Pastoral dos Bispos portugueses
(17/6/2010) "COMO EU VOS FIZ, FAZEI VÓS TAMBÉM»
Para um rosto missionário
da Igreja em Portugal
Introdução
1. O Congresso Missionário
Nacional, realizado em Fátima, de 3 a 7 de Setembro de 2008, pediu à Conferência Episcopal
Portuguesa a elaboração de um documento-base que possa servir de orientação à Missão
em Portugal, e que vá no sentido de avivar a vocação missionária de todos os cristãos.
2.
Prestamos homenagem a todos aqueles que em tempos passados animaram o nosso país com
o seu fulgor missionário. É, porém, um dado adquirido que tal fulgor se esvaneceu,
e hoje Portugal «faz parte daqueles espaços tradicionalmente cristãos, onde, para
além de uma nova evangelização, se requer, em determinados casos, a primeira evangelização»,
dado que, «mesmo no velho continente, existem extensas áreas sociais e culturais,
onde se torna necessária uma verdadeira e própria “missão ad gentes”»[1]. Esta
declaração formal qualificando também a Europa como espaço da «missão ad gentes»
faz evoluir o antigo quadro de terras cristãs e terras de missão para
uma nova inter-eclesialidade missionária, onde todos somos chamados a viver e a transmitir,
com ardor sempre original, os dinamismos que o encontro com o Ressuscitado e Senhor
da História em nós desperta.
3. É visível, de facto, que atravessamos hoje
um mundo em profunda mudança. Na cidade hodierna cruzam-se pessoas de diferentes cores,
culturas, línguas e credos. A busca de melhores condições de vida tão depressa traz
para a cidade pessoas de outros países e de diferentes situações sociais, culturais
e religiosas, como faz partir também muitos dos seus anteriores habitantes. Dado o
crescente pluralismo cultural e religioso, aliado a uma onda de secularização e individualismo
e a um crescente relativismo e indiferença, já não são os campanários das igrejas
que marcam o ritmo da vida das pessoas. O Evangelho de Jesus Cristo é cada vez menos
conhecido. E para uma parte significativa daqueles que dizem conhecê-lo, é notório
que já perdeu muito do seu encanto e significado. Este cenário é preocupante e pede,
com urgência, à Igreja presente na cidade dos homens uma nova cultura de evangelização,
que vá muito para além de uma simples pastoral de manutenção. Deve notar-se que, nas
comunidades cristãs primitivas, o termo «Evangelho» é um nome de acção e não de estado,
significa «anunciar a notícia feliz da Ressurreição de Jesus», pelo que não pode ser
confundido com um livro colocado na estante que gera vidas colocadas na estante; «Evangelho»
significa então «evangelização», e evangelização implica movimento e comunicação,
e requer tempo, formação, inteligência, entranhas, mãos e coração.
4. O Papa
Bento XVI, que em boa hora, entre os dias 11 e 14 de Maio passado, tivemos a dita
de receber em Visita Apostólica ao nosso país e como peregrino de Nossa Senhora de
Fátima, já nos tinha dito com suficiente clareza que não é uma ideia, ainda que seja
grande a ideia, que leva alguém a fazer-se cristão, mas um encontro decisivo com a
Pessoa de Cristo[2]. E nesse sentido, também nos disse o Papa que a Missão não se
baseia em ideias nem em territórios (não parte de territórios nem se dirige a territórios),
mas «parte do coração»[3] e dirige-se ao coração, uma vez que são «os corações os
verdadeiros destinatários da actividade missionária do Povo de Deus»[4]. Neste contexto
novo, alargam-se os horizontes da missão ad gentes a todas as latitudes, mas
é forçoso reconhecer também que é necessário lançar mão de novos métodos.
O
Primado da missão do amor
5. É o amor fontal de Deus Pai, expresso na missão
do Filho e do Espírito Santo, que dá à Igreja e a cada um dos baptizados-confirmados
a graça da sua identidade missionária[5]. Porque «Deus é amor» (1 Jo 4,8) e nos ama
com amor perfeito (1 Ts 1,4; cf. Cl 3,12; 1 Jo 4,12) e nos ama «primeiro» (1 Jo 4,19),
e porque o amor é a ponte que faz passar da morte para a vida – «nós sabemos que passamos
da morte para a vida porque amamos os irmãos; quem não ama, permanece na morte» (1
Jo 3,14) –, então «a causa missionária deve ser, para cada cristão e para toda a Igreja,
a primeira de todas as causas», pois «não podemos ficar indiferentes ao pensar nos
milhões de irmãos e de irmãs que ignoram ainda o amor de Deus»[6].
6. O ícone
missionário por excelência é a figura do Bom Pastor, transparência do amor de Deus,
que não abandona ninguém, mas vai à procura de todos e de cada um com paixão. O Bom
Pastor cuida das ovelhas que estão perto, mas dedica-se igualmente a procurar, encontrar
e chamar as que estão longe ou andam perdidas. Tendo presente esta imagem do Bom Pastor,
não podemos contentar-nos com ficar à espera e cuidar dos que vêm ter connosco. Deus
tomou a iniciativa da nossa salvação, amando-nos primeiro. Portanto, imitando o Bom
Pastor, que foi à procura da ovelha perdida, uma comunidade evangelizadora sente-se
continuamente obrigada a expandir a sua presença missionária em todo o território
confiado ao seu cuidado pastoral e também na missão orientada para outros povos. É
este «estilo do Senhor Jesus», Bom Pastor, que nos ama descendo ao nosso nível, dedicando
a cada um a atenção toda (Mt 18,5.6.10.14; 25,40.45), sem qualquer preocupação estatística,
e dando prioridade à ovelha perdida (Mt 9,36; 10,6; 15,24; 18,12; Lc 15,4), que deve
impregnar e moldar o rosto da Igreja, da paróquia e de cada cristão.
7. Neste
sentido, precisa, com singular afecto, João Paulo II que a paróquia é «a própria Igreja
que vive no meio das casas dos seus filhos e das suas filhas»[7], e que a sua vocação
«é a de ser a casa de família, fraterna e acolhedora»[8], e grava esta afirmação emocionada
e mobilizadora: «O homem é amado por Deus! Este é o mais simples e o mais comovente
anúncio de que a Igreja é devedora ao homem»[9]. Verdadeiramente, no coração de quem
aderiu ao Senhor Jesus Cristo, não pode deixar de nascer e de se desenvolver o desejo
de condividir o dom recebido, de amar como fomos amados.
8. Nascerá assim uma
Igreja bela, verdadeira casa de família, sensível, fraterna, acolhedora e sempre apressadamente
a caminho (Lc 1,39), mãe «comovida» com as dores e alegrias dos seus filhos e filhas,
cada vez menos em casa, cada vez mais fora de casa, a quem deve fazer chegar e saber
envolver na mais simples e comovente notícia do amor de Deus. Ao mesmo tempo, é necessário
que todos se sintam chamados e estimulados a participar, com harmonia, na missão da
Igreja, «casa e escola de comunhão»[10], tendo sempre presente que «a construção da
comunidade eclesial é a chave da missão»[11]. Neste sentido, cabe aos Pastores velar
pela harmonia dinâmica desta construção, acolhendo e orientando a colaboração de todos,
pois «os Pastores não são apenas pessoas que ocupam um cargo», mas «são responsáveis
pela abertura da Igreja à acção do Espírito Santo»[12], que continua a suscitar e
a animar novos movimentos, novas formas eclesiais, novos métodos e novos rumos, nova
primavera no «inverno da Igreja», quantas vezes surpreendendo e pondo em causa a excessiva
confiança que pusemos nas nossas estruturas e programações, distribuição de poderes
e funções[13].
Evangelização: o primeiro e o melhor serviço
9.
Na Carta Apostólica Redemptoris Missio, o Papa João Paulo II escreveu assim:
«O que me anima mais a proclamar a urgência da evangelização missionária é que ela
constitui o primeiro serviço que a Igreja pode prestar ao homem e à humanidade
inteira, no mundo de hoje, que, apesar de conhecer realizações maravilhosas, parece
ter perdido o sentido último das coisas e da sua própria existência»[14]. Neste contexto,
a proclamação da Boa Nova a todos os povos e em todas as culturas continua a ser o
melhor serviço que a Igreja pode prestar às pessoas. Não podemos, portanto,
deixar de testemunhar que também hoje é possível, belo, bom e justo viver a existência
humana de acordo com o Evangelho, e empenhar-nos, por isso e para isso, em «viver
uma vida verdadeira, plena, bela, de tal modo bela, que não seria possível explicá-la
se Cristo não tivesse morrido e se não tivesse verdadeiramente ressuscitado»[15].
10.
«Deus amou-nos primeiro» (1 Jo 4,19). Devemos, portanto, saber ser testemunhas credíveis
deste amor excessivo, superabundante, que vai para além do necessário, que revela
uma misericórdia sem medida, de modo a parecer incrível, dado que não é medido pela
necessidade do homem, mas pela riqueza infinita da benevolência de Deus. Compete a
cada cristão fazer com que o Evangelho de Jesus Cristo se possa tornar lugar de encontro,
feito de fascínio e de espanto, com o mistério da pessoa e da obra de Jesus Cristo
que, mesmo sobre a Cruz, manifesta plenamente a beleza e a força do amor de Deus,
como canta Santo Agostinho: «belo a dar a vida e belo a retomá-la; belo na Cruz, belo
no sepulcro, belo no céu»[16].
11. Se não estivermos entusiasmados pela profundidade
e pela beleza da nossa fé, não podemos verdadeiramente transmiti-la nem aos vizinhos
nem aos filhos nem às gerações futuras. Neste tempo em que, no sentir de muitos, a
fé cristã deixou de ser património comum da sociedade, não bastam os discursos, os
apelos morais ou os acenos genéricos aos valores cristãos, ainda que estes continuem
a ser indispensáveis. É sabido, de facto, que «a mera enunciação da mensagem não chega
ao mais fundo do coração da pessoa, não toca a sua liberdade, não muda a vida». Num
tempo assim, «aquilo que fascina é sobretudo o encontro com pessoas crentes que, pela
sua fé, atraem para a graça de Cristo, dando testemunho d’Ele»[17]. Num tempo como
este, já não é suficiente reformar estruturas. É necessário converter a nossa vida,
expondo-nos permanentemente àquela rajada de verbos do Senhor Jesus: «vai», «vende»,
«dá», «vem» e «segue-Me» (Mc 10,21), e transformarmo-nos em testemunhas de Cristo
Ressuscitado no nosso ambiente e em toda a parte. Já não basta conservar as comunidades
já existentes, ainda que isso seja importante. Entre tantas urgências, todos temos
de reconhecer que o mais urgente é ainda e sempre a missão. É, portanto, necessário
e inadiável levantar-se e partir em missão[18].
Todos evangelizados,
todos evangelizadores 12. Sendo o mandato de evangelizar todas as pessoas
a missão essencial de toda a Igreja[19], que, por isso, vem antes de tudo e está acima
de tudo, então a missão não pode ser apenas o ponto conclusivo dos nossos programas
pastorais, mas o seu horizonte permanente e o seu paradigma por excelência, a alma
de toda a programação e de todos os itinerários de formação cristã. Não nos podemos
mais contentar em evangelizar alguém apenas até um certo ponto. É imperioso e urgente
sentir e viver a necessidade de evangelizar o outro até que ele sinta a necessidade
de se transformar ele próprio em evangelizador. Chegou o tempo de se «oferecer a todos
os fiéis uma iniciação cristã exigente e atractiva, comunicadora da integridade da
fé e da espiritualidade radicada no Evangelho, formadora de agentes livres no meio
da vida pública»[20]. Então sim, evangelizar será a nossa maneira de ser, porque é
a nossa identidade mais profunda, graça e vocação recebidas, vividas, correspondidas.
Paulo VI assentou bem estes fundamentos e lembrou-nos que «a Igreja existe para Evangelizar»[21],
e a Congregação para o Clero explicita que «[a Igreja] existe mesmo só para esta tarefa»[22].
São luminosas as palavras de João Paulo II: «A missão renova a Igreja, revigora a
sua fé e identidade, dá-lhe novo entusiasmo e novas motivações. A fé fortalece-se,
dando-a»[23]. E o Papa Bento XVI acaba de recordar «às Igrejas antigas como às de
recente fundação» que «a missão ad gentes deve ser a prioridade dos seus planos
pastorais»[24]. Não é uma perca, mas um enriquecimento para a pastoral, uma ajuda
às comunidades em ordem à conversão de objectivos, métodos, organização e em responder
com confiança ao mal-estar que muitas vezes se experimenta.
13. A Declaração
Final do III Congresso Americano Missionário lembrou a propósito que esta maneira
de ver «implica conversão pessoal e mudança de estruturas pastorais de modo que o
Evangelho possa chegar a todos os homens e mulheres sedentos de Deus»[25]. Já o Concílio
Vaticano II tinha deixado expresso que «a comunidade local não deve ocupar-se apenas
dos seus próprios fiéis; deve ter espírito missionário e abrir o caminho a todos os
homens para Cristo»[26]. Impõe-se, portanto, uma profunda renovação interior e de
estruturas pastorais. Recuperando e dando sentido pleno àquele «como Eu vos
fiz…» (Jo 13,15), «como Eu vos amei…» (Jo 13,34; 15,12), «como o Pai
me enviou…» (Jo 20,21), «a Igreja necessita de uma forte “comoção”, que a impeça
de se instalar na comodidade, na estagnação e na indiferença, à margem do sofrimento
dos pobres»[27], dos excluídos, dos explorados, dos marginalizados. Precisamos de
deixar muitas coisas: ouro, prata, cobre, bolsas, túnicas, sandálias, bastão (cf.
Mt 10,9-10). Ir ao encontro do Senhor em cada irmão (cf. Mt 25,40 e 45) terá de ser
a nossa única ocupação e a nossa única maneira de viver.
14. E aí está a nova
metodologia, que afinal é a primeira metodologia da missão: a partir de Cristo, com
Cristo, como Cristo. Para a fiel realização deste mandato, refere o Papa Bento XVI
apontando o Concílio, o cristão «deve seguir o mesmo caminho de Cristo: o caminho
da pobreza, da obediência, do serviço e da imolação até à morte, de que Ele saiu vencedor
pela sua ressurreição»[28]. E continua: «Sim! Somos chamados a servir a humanidade
do nosso tempo, confiando unicamente em Jesus, deixando-nos iluminar pela sua Palavra:
“Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades
e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16). E deixa este desabafo: «Quanto
tempo perdido, quanto trabalho adiado, por inadvertência deste ponto!». E conclui:
«Tudo se define a partir de Cristo, quanto à origem e à eficácia da missão»[29].
15.
E aproveitando a dinâmica evangelizadora de São Paulo que o «Ano Paulino» despertou
em nós, não podemos esquecer a sua metodologia personalizada, vivida, afectiva e apaixonada,
maternal e paternal, com dedicação total, de corpo inteiro e a tempo inteiro (1 Ts
2,7b-12), bem como o facto de se ter sabido rodear de muitos e bons cooperadores,
com uma pluralidade de dons e ministérios, que apresenta na Carta aos Romanos (16,1-16)
como uma rede de fraternidade para o Senhor e o Evangelho[30]. Paulo compreendeu bem
que Cristo cria fraternidade e comunhão, e que, por isso, «Evangelizar nunca é para
ninguém um acto individual e isolado, mas profundamente eclesial»[31]. A experiência
evangelizadora de São Paulo permanece exemplar e paradigmática para todos os que,
em qualquer tempo e lugar, acreditam em Cristo.
Igrejas locais,
sujeito primeiro da missão
16. «A Igreja universal incarna nas Igrejas
particulares» ou locais[32]. A Igreja local é o sujeito primeiro da missão, deve ter
o seu centro na comunicação da fé e no primeiro anúncio como sinal da sua fecundidade
e fidelidade à sua própria origem e nascimento histórico: Igreja em estado de missão,
«Igreja-Missão»[33], como lhe chamou maravilhosamente Bento XVI. A missão está no
âmago da Igreja, deve co-responsabilizar todos os seus membros, e não pode ser delegada
apenas em alguns[34]. Não há missão eficaz sem um estilo de comunhão. É, portanto,
urgente que a Igreja local se organize numa vasta rede de ministérios em verdadeira
comunhão, uma vez que «a comunhão e a missão estão profundamente ligadas entre si
(…): a comunhão é missionária e a missão é para a comunhão»[35].
17. Afirmando
que «cada uma das Igrejas leva em si a solicitude por todas as outras», o Concílio
lembra que o Bispo, que é «consagrado não só em benefício de uma diocese, mas para
salvação de todo o mundo», «ao suscitar, promover e dirigir a obra missionária, torna
presentes e como que palpáveis o espírito e o ardor missionário do Povo de Deus, de
maneira que toda a diocese se torna missionária»[36]. Afirma exemplarmente o Documento
«Diálogo e Missão»: «Cada Igreja particular é responsável de toda a missão. E mesmo
cada cristão, em virtude do baptismo, é chamado a exercitá-la toda de algum modo»[37].
E o Papa Bento XVI, na sua Mensagem para o Dia Missionário Mundial de 2008 (19 de
Outubro), não deixa de lembrar aos Bispos que o «seu compromisso consiste em tornar
missionária toda a comunidade diocesana»[38].
18. Com a Igreja local a assumir-se
como sujeito primeiro da missão, os Institutos Missionários não passam para a margem,
mas continuam bem no centro, assumindo o seu compromisso missionário ad vitam
como um dom que pertence a toda a Igreja, e, concretamente à Igreja particular em
que professam, celebram e vivem a sua fé. Imenso dom, doações radicais e totais, paradigma
do compromisso missionário da Igreja[39]. Por isso, acentua João Paulo II: «sintam-se
parte viva da comunidade eclesial e trabalhem em comunhão com ela»[40], e a Congregação
para o Clero lembra às Conferências Episcopais que devem «intensificar cada vez mais
as relações com os Institutos Missionários»[41], na linha, de resto, das normas para
a aplicação do Decreto Ad Gentes, patentes na Carta Apostólica “Motu Proprio”
Ecclesiae Sanctae, de Paulo VI[42]. Os Institutos Missionários, bem inseridos
no coração das Igrejas locais, devem contribuir para fazer chegar a animação missionária
às estruturas fundamentais do povo de Deus, que são as dioceses e paróquias, ajudando
a dar corpo à intenção formulada por João Paulo II de que é preciso «inserir a animação
missionária como elemento fulcral na pastoral ordinária das dioceses e paróquias,
das associações e grupos, especialmente juvenis»[43].
19. É sabido que a animação
missionária frutifica na cooperação missionária, que é um direito e um dever de todos
os baptizados[44]. Para efeitos práticos, as iniciativas e actividades da cooperação
missionária são dirigidas e coordenadas em toda a parte, por mandato do Sumo Pontífice,
pela Congregação para a Evangelização dos Povos, cabendo às Igrejas locais, quer a
nível nacional, através das Comissões Episcopais das Missões, quer a nível diocesano,
na pessoa do próprio Bispo, tarefas semelhantes[45]. Para levar a efeito, de forma
eficaz, o mandato que lhe foi atribuído pelo Papa, a Congregação para a Evangelização
dos Povos serve-se especialmente das quatro Obras Missionárias Pontifícias (OMP) [Propagação
da Fé, Infância Missionária, São Pedro Apóstolo, União Missionária], que, «sendo as
Obras do Papa, são-no também do Episcopado inteiro e de todo o Povo de Deus»[46],
devendo dar-se-lhes, com todo o direito, o primeiro lugar[47].
20. Para se
dar à animação e cooperação missionária o lugar a que têm direito, torna-se necessário
fazer surgir também na Igreja portuguesa Centros Missionários Diocesanos (CMD) e Grupos
Missionários Paroquiais (GMP), laboratórios missionários, células paroquiais de evangelização,
que, em consonância com as OMP e os Centros de animação missionária dos Institutos
Missionários, possam fazer com que a missão universal ganhe corpo em todos os âmbitos
da pastoral e da vida cristã. O Decreto Ad Gentes e outros documentos subsequentes
lembram bem a responsabilidade dos Bispos e Conferências Episcopais em favorecerem
as vocações missionárias de jovens e se ocuparem também do clero diocesano que devem
dedicar à evangelização do mundo, e de favorecerem este importante serviço com os
meios necessários[48]. Em Ano Sacerdotal, não podemos esquecer a indicação oportuna
do Papa Bento XVI que nos lembra que «a dimensão missionária está especial e intimamente
ligada à vocação sacerdotal»[49].
21. Aconselha-se vivamente que o CMD seja
constituído em todas as Dioceses de Portugal. Nele devem convergir todas as forças
missionárias a operar na Diocese, integrando sacerdotes, religiosos, religiosas e
leigos. O Director do CMD será nomeado pelo Bispo, que é o primeiro responsável da
vida missionária na Diocese. O Director do CMD poderá ser também o Director Diocesano
das OMP, e fará parte do Conselho Pastoral da Diocese[50]. O CMD deverá ser o principal
Centro propulsor da consciência e do empenho missionário da Igreja Diocesana, ajudando-a
a viver a sua identidade missionária traduzida no empenho específico do anúncio do
Evangelho a todas as pessoas, em toda a parte. Saberá interagir com os outros organismos
pastorais da Diocese em ordem a imprimir uma dinâmica missionária a toda a actividade
diocesana. Dará a conhecer e estimulará a participação nas iniciativas missionárias
já em curso, assegurará o mais fecundo relacionamento entre a comunidade local e os
seus missionários e velará pela boa implantação das OMP no espaço diocesano. 22.
Vê-se bem que o rosto missionário da Igreja requer um coração sensível e fraterno,
em ordem a um serviço verdadeiramente cristão. Este serviço concertado e em rede por
parte das Igrejas particulares foi objecto de viva exortação de João Paulo II, no
início do novo milénio: «É nas Igrejas locais que se podem estabelecer as linhas programáticas
concretas – objectivos e métodos de trabalho, formação e valorização dos agentes da
pastoral, busca dos meios necessários – que permitam levar o anúncio de Cristo às
pessoas, plasmar as comunidades, permear em profundidade a sociedade e a cultura através
do testemunho dos valores evangélicos. Por isso, exorto vivamente os Pastores das
Igrejas particulares, valendo-se do contributo das diversas componentes do povo de
Deus, a delinear com confiança as etapas do caminho futuro, sintonizando as opções
de cada comunidade diocesana com as das Igrejas limítrofes e as da Igreja universal»[51].
23.
As consequências práticas para a vida eclesial e paroquial são profundas e intensas,
requerendo uma nova sensibilidade evangelizadora obrigatória e não arbitrária. Alertou
bem o Papa João Paulo II que nenhuma Igreja particular, de antiga ou de recente tradição,
«se deve fechar em si própria», adiantando logo que «a tendência para se fechar em
si próprio pode ser forte». E, no que se refere às Igrejas antigas, advertiu que,
«preocupadas com a nova evangelização, podem ser levadas a pensar que agora devem
realizar a missão em casa, correndo assim o risco de refrear o ímpeto para o mundo
não cristão, sendo pouca a vontade de dar vocações aos Institutos Missionários». A
estas Igrejas, o Papa lembra que «é dando generosamente que se recebe»[52]. E a Congregação
para o Clero já tinha advertido alguns anos antes que «a Igreja particular não pode
fechar-se em si mesma, mas, como parte viva da Igreja Universal, deve abrir-se às
necessidades das outras Igrejas. Portanto, a sua participação na missão evangelizadora
universal não é deixada ao seu arbítrio, ainda que generoso, mas deve considerar-se
como uma lei fundamental de vida; diminuiria, de facto, a sua energia vital se, concentrando-se
unicamente sobre os próprios problemas, se fechasse às necessidades das outras Igrejas»[53].
E o Papa Bento XVI acaba de nos advertir que «nada nos dispensa de ir ao encontro
dos outros», pelo que «temos de vencer a tentação de nos limitarmos ao que ainda temos,
ou julgamos ter, de nosso e seguro», lembrando-nos ainda que isso «seria morrer a
prazo, enquanto presença da Igreja no mundo, que, aliás, só pode ser missionária»[54].
Fiéis
leigos: contributo indispensável no coração do mundo
24. Em 1975, dez anos
após a realização do Concílio, Paulo VI saudava, com particular afecto, os fiéis leigos
envolvidos na actividade missionária: «Devemos também a nossa particular estima a
todos os fiéis leigos que aceitam dedicar uma parte do seu tempo, das suas energias,
e, por vezes, a vida inteira, ao serviço das missões»[55]. E João Paulo II salientava,
com inteira justiça, em 1990, entre os «muitos frutos missionários do Concílio», «o
empenhamento dos leigos no serviço da evangelização, que está a mudar a vida eclesial»[56].
O mesmo podemos constatar em Portugal, sobretudo através dos jovens que todos os anos,
e cada vez em maior número, doam, com alegria e generosidade, um pouco da sua vida
ao mundo missionário, e que regressam com novo entusiasmo, que temos de saber acolher,
estimular e multiplicar, e nunca ignorar, esquecer ou reprimir. Mas já o Decreto Ad
Gentes salientava a seu tempo a importância da presença imprescindível dos fiéis
leigos, do testemunho que devem dar, e o cuidado que se deve pôr na sua formação:
«A Igreja não está fundada verdadeiramente, nem vive plenamente, nem é o sinal perfeito
de Cristo entre os homens se, com a hierarquia, não existe e trabalha um laicado autêntico.
De facto, sem a presença activa dos leigos, o Evangelho não pode gravar-se profundamente
nos espíritos, na vida e no trabalho de um povo. Por isso, é necessário desde a fundação
da Igreja prestar grande atenção à formação de um laicado cristão amadurecido (…).
O principal dever deles, homens e mulheres, é o testemunho de Cristo, que eles têm
obrigação de dar, pela sua vida e palavras, na família, no grupo social, no meio profissional»[57].
25.
E Paulo VI, na Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, salienta bem algumas
áreas sensíveis, onde a acção evangelizadora dos fiéis leigos pode ser determinante:
«O campo próprio da sua actividade evangelizadora é o mundo vasto e complicado da
política, da realidade social e da economia, mas também da cultura, das ciências e
das artes, da vida internacional, dos “mass media”, e ainda outras realidades abertas
à evangelização, como são o amor, a família, a educação das crianças e dos adolescentes,
o trabalho profissional e o sofrimento»[58]. E Bento XVI lembrou aos Bispos portugueses
que «os tempos em que vivemos exigem um novo vigor missionário dos cristãos, chamados
a formar um laicado maduro, identificado com a Igreja e solidário com a complexa transformação
do mundo», e insistiu em que «há necessidade de verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo,
sobretudo nos meios humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo», e salientou
a propósito os meios «políticos, intelectuais e dos profissionais da comunicação»[59].
É, portanto, imperioso constituir, preparar e formar grupos consistentes de evangelização,
também por áreas profissionais, uma verdadeira rede de evangelização, que, no coração
do mundo, sinta a alegria de levar o Evangelho a todos os sectores da vida, desde
a família, à escola, ao trabalho, aos tempos livres, à solidão, à dor.
26.
É urgente saber aproveitar todas as oportunidades, mas também saber provocá-las, e
lançar mão de capacidades e aptidões, mas também saber cultivá-las, para oferecer
o Evangelho ao nosso mundo. Neste domínio, as crianças e os jovens, quando devidamente
preparados e estimulados, parecem particularmente aptos para criar relações de simpatia
e de acolhimento, de modo a saberem dar o Evangelho juntamente com a sua própria vida
(cf. 1 Ts 2,8), estabelecendo relações significativas com as pessoas que frequentam
a Igreja, com as que estão «à porta», e também no caminho ou na estrada. Neste sentido,
as crianças e os jovens podem tornar-se os mais eficazes evangelizadores das crianças
e dos jovens, mas também dos adultos e idosos, dado o seu interesse pelos outros e
por tudo o que é novo. Neste sentido, também os jovens ouviram palavras de estímulo
do Papa Bento XVI: «Jovens amigos […], testemunhai a alegria desta sua [de Jesus Cristo]
presença forte e suave, a todos, a começar pelos da vossa idade. Dizei-lhes que é
belo ser amigo de Jesus e que vale a pena segui-l’O[60]». A altura em que recebem
o sacramento da Confirmação constitui uma oportunidade especial para serem familiarizados
com o mandato missionário da Igreja, e para lhes serem confiadas tarefas missionárias
que sejam capazes de assumir.
27. E, porque levamos ainda connosco, com amor,
os traços mais salientes da memória viva do Ano Paulino, não podemos deixar de evocar
e invocar, e, se possível, imitar, essa figura ímpar do «maior missionário de todos
os tempos»[61] e «modelo de cada evangelizador»[62], que se dedicou ao Evangelho a
tempo inteiro e de corpo inteiro, adscrevendo muitas vezes ao seu nome os títulos
de «servo» e «apóstolo». A sua dedicação total, gerando comunidades (1 Cor 4,14-15;
Flm 10), dando-as à luz (Gl 4,19), velando zelosamente por elas (2 Cor 11,2; 12,14-15),
acalentando-as e exortando-as, como uma mãe ou um pai (1 Ts 2,2-12)[63], e rodeando-se
de uma vasta rede de muitos e bons e bem formados cooperadores, deve continuar a iluminar
os nossos passos.
28. Que Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, Senhora da Anunciação
e da Saudação, vele por nós, nos molde no seu jeito maternal e evangelizador, e abençoe
os nossos trabalhos e propósitos.
Senhora da Anunciação,
que corres
ligeira sobre os montes,
vela por nós,
fica à nossa beira.
É
bom ter a esperança como companheira.
Contigo rezamos ao Senhor:
Dá-nos,
Senhor,
um coração sensível e fraterno,
capaz de escutar
e de
recomeçar.
Mantém-nos reunidos, Senhor,
à volta do pão e da palavra.
Ajuda-nos
a discernir
os rumos a seguir
nos caminhos sinuosos deste tempo,
por
Ti semeado e por Ti redimido.
Ensina-nos a tornar a tua Igreja toda missionária,
e
a fazer de cada paróquia,
que é a Igreja a residir no meio das casas dos teus
filhos e filhas,
uma Casa grande, aberta e feliz,
átrio de fraternidade,
de
onde se possa sempre ver o céu,
e o céu nos possa sempre ver a nós.
Fátima,
17 de Junho de 2010
[1] JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica
Ecclesia in Europa (28 de Junho de 2003), 46.
[2] BENTO XVI, Carta Encíclica
Deus Caritas est (25 de Dezembro de 2005), 1.
[3] Palavras proferidas por BENTO
XVI antes da Oração do Angelus do 80.º Dia Missionário Mundial (22 de Outubro de 2006).
[4]
BENTO XVI, Homilia da Santa Missa, Grande Praça da Avenida dos Aliados, Porto, 14
de Maio de 2010. O Papa Bento XVI tinha já proferido palavras idênticas na Cerimónia
de Encerramento do Congresso Internacional sobre o Decreto Ad Gentes no quadragésimo
ano da sua promulgação (Roma, 11 de Março de 2006).
[5] CONCÍLIO VATICANO II,
Decreto Ad Gentes (7 de Dezembro de 1965), 2.
[6] JOÃO PAULO II, Carta Apostólica
Redemptoris Missio (7 de Dezembro de 1990), 86.
[7] JOÃO PAULO II, Exortação
Apostólica pós-sinodal Christifideles Laici (30 de Dezembro de 1988), 26.
[8]
JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Catechesi tradendae (16 de Outubro de 1979), 67.
[9]
JOÃO PAULO II, Christifideles Laici, 34.
[10] JOÃO PAULO II, Carta Apostólica
Novo Millennio Ineunte (6 de Janeiro de 2001), 43.
[11] BENTO XVI, A construção
da comunidade eclesial é a chave da missão, Mensagem para o 84.º Dia Missionário Mundial
(24 de Outubro de 2010). A Mensagem traz a data de 6 de Fevereiro de 2010.
[12]
BENTO XVI, Discurso no Encontro com os Bispos de Portugal, Fátima, 13 de Maio de 2010.
[13]
BENTO XVI, Discurso no Encontro com os Bispos de Portugal, Fátima, 13 de Maio de 2010;
BENTO XVI, Homilia da Santa Missa, Praça do Terreiro do Paço, Lisboa, 11 de Maio de
2010.
[14] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 2.
[15] F. LAMBIASI, La
partecipazione dei laici alla vita e alla missione della Chiesa, CONGREGAÇÃO PARA
OS BISPOS, Duc in altum. Pellegrinaggio alla Tomba di San Pietro. Incontro di Riflessione
(Roma, 15-23 settembre 2008), Città del Vaticano, Libreria Editrice Vaticana, 2008,
p. 276.
[16] SANTO AGOSTINHO, Enarrationes in Psalmos 44,3.
[17] BENTO
XVI, Discurso no Encontro com os Bispos de Portugal, Fátima, 13 de Maio de 2010.
[18]
BENTO XVI, Homilia da Santa Missa, Grande Praça da Avenida dos Aliados, Porto, 14
de Maio de 2010. Ver também a Homilia do Cardeal Cláudio Hummes, Prefeito da Congregação
para o Clero, na Santa Missa de 9 de Junho de 2010, Conclusão do Ano Sacerdotal, Basílica
de São Paulo Fora de Muros.
[19] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 29 e 35;
PAULO VI, Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (8 de Dezembro de 1975), 14 e 59;
JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 63; BENTO XVI, «As nações caminharão à sua luz»
(Ap 21,24), Mensagem para o 83.º Dia Missionário Mundial (18 de Outubro de 2009),
3. A Mensagem traz a data de 29 de Junho de 2009.
[20] BENTO XVI, Discurso
no Encontro com os Bispos de Portugal, Fátima, 13 de Maio de 2010.
[21] PAULO
VI, Evangelii Nuntiandi, 14.
[22] CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Instrução Postquam
Apostoli (25 de Março de 1980), 3.
[23] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio,
2.
[24] BENTO XVI, «As nações caminharão à sua luz» (Ap 21,24), 4.
[25]
TERCER CONGRESO AMERICANO MISIONERO (CAM 3) e OCTAVO CONGRESO MISIONERO LATINO-AMERICANO
(COMLA 8), (Quito, 12-17 de Agosto de 2008), Declaración Final (18 de Agosto de 2008),
1.
[26] CONCÍLIO VATICANO II, Decreto Presbyterorum Ordinis (7 de Dezembro
de 1965), 6.
[27] Ver CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO, Documento de Aparecida.
Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe
(13-31 de Maio de 2007), São Paulo, CNBB – Paulinas – Paulus, 2007, 362. Além do sentido
de forte transformação que o termo “comoção” tem no Documento de Aparecida, sobrepomos-lhe
aqui um sentido novo assente naquele “como” que implica a imitação de Jesus.
[28]
CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 5.
[29] BENTO XVI, Homilia da Santa Missa,
Grande Praça da Avenida dos Aliados, Porto, 14 de Maio de 2010.
[30] CONCÍLIO
VATICANO II, Constituição Dogmática Lumen Gentium (21 de Novembro de 1964), 33.
[31]
PAULO VI, Evangelii Nuntiandi, 60.
[32] PAULO VI, Evangelii Nuntiandi, 62.
[33]
BENTO XVI, As vocações ao serviço da Igreja-Missão, Mensagem para o 45.º Dia Mundial
de Oração pelas Vocações (13 de Abril de 2008). A Mensagem tem a data de 3 de Dezembro
de 2007.
[34] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 32; JOÃO PAULO II, Novo Millennio
Ineunte, 40.
[35] JOÃO PAULO II, Christifideles Laici, 32.
[36] CONCÍLIO
VATICANO II, Ad Gentes, 38; cf. Lumen Gentium, 23.
[37] SECRETARIADO PARA OS
NÃO-CRISTÃOS, Documento L’atteggiamento della Chiesa di fronte ai seguaci di altre
religioni. Riflessioni e orientamenti su dialogo e missione (10 de Junho de 1984),
14.
[38] BENTO XVI, Servos e Apóstolos de Jesus Cristo, Mensagem para o Dia
Missionário Mundial 2008 (19 de Outubro), 4. A Mensagem traz a data de 11 de Maio
de 2008.
[39] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 66; CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO
DOS POVOS, Instrução Cooperatio missionalis (1 de Outubro de 1998), 11. f); BENTO
XVI, As vocações ao serviço da Igreja-Missão, 4.
[40] JOÃO PAULO II, Redemptoris
Missio, 66.
[41] CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Postquam Apostoli, 19.
[42]
PAULO VI, Carta Apostólica “Motu proprio” Ecclesiae Sanctae (6 de Agosto de 1966),
Secção III, 11.
[43] JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 83.
[44] CONGREGAÇÃO
PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS, Cooperatio missionalis, 2.
[45] CONGREGAÇÃO
PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS, Cooperatio missionalis, 3.
[46] PAULO VI, Mensagem
para o Dia Missionário Mundial de 1968 (20 de Outubro); PAULO VI, Mensagem para o
Dia Missionário Mundial de 1976 (24 de Outubro).
[47] CONCÍLIO VATICANO II,
Ad Gentes, 38.
[48] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes, 38; PAULO VI, Ecclesiae
Sanctae, Secção III, 6; CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Postquam Apostoli, 18-19.
[49]
BENTO XVI, As vocações ao serviço da Igreja-Missão, 1.
[50] PAULO VI, Ecclesiae
Sanctae, Secção III, 4; CONGREGAÇÃO PARA A EVANGELIZAÇÃO DOS POVOS, Cooperatio Missionalis,
9 e 13.
[51] JOÃO PAULO II, Novo Millennio Ineunte, 29.
[52] JOÃO PAULO
II, Redemptoris Missio, 85.
[53] CONGREGAÇÃO PARA O CLERO, Postquam Apostoli,
14.
[54] BENTO XVI, Homilia da Santa Missa, Grande Praça da Avenida dos Aliados,
Porto, 14 de Maio de 2010.
[55] PAULO VI, Evangelii Nuntiandi, 73.
[56]
JOÃO PAULO II, Redemptoris Missio, 2.
[57] CONCÍLIO VATICANO II, Ad Gentes,
21.
[58] PAULO VI, Evangelii Nuntiandi, 70; ver também, no mesmo espírito,
CONSELHO EPISCOPAL LATINO-AMERICANO, Documento de Aparecida, 174 e 210.
[59]
BENTO XVI, Discurso no Encontro com os Bispos de Portugal, Fátima, 13 de Maio de 2010.
[60]
BENTO XVI, Homilia da Santa Missa, Praça do Terreiro do Paço, Lisboa, 11 de Maio de
2010.
[61] O Papa Bento XVI consagra esta expressão na sua Mensagem para o
45.º Dia Mundial de Oração pelas Vocações (13 de Abril de 2008), 3. A Mensagem traz
a data de 3 de Dezembro e 2007.