A Igreja em Portugal repensa o modo de fazer pastoral: publicado um instrumento de
trabalho que adopta o estilo sinodal
(17/6/2010) A Igreja em Portugalrepensa o modo de fazer pastoral. Na assembleia plenária
da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), realizada hoje (17 de Junho), em Fátima,
foi apresentado o /a> para os próximos anos.
Repensar
juntos a pastoral da Igreja em Portugal é a linha mestra do programa. “Pretende-se
envolver num caminho sinodal, em comunhão e colaboração, a nível diocesano e nacional,
os múltiplos agentes pastorais” – sublinha o instrumento de trabalho. E adianta: “Não
se trata de realizar um sínodo nacional mas tão só adoptar o espírito e o estilo sinodal”.
Os
bispos portugueses propõem como método o “discernimento pastoral”. “Trata-se de um
processo de observação, análise e perscrutação dos sinais de Deus na realidade da
vida da Sociedade e da Igreja” – lê-se no documento.
Para colocar em andamento
este processo, “propõe-se a todos os pastores das dioceses e aos dirigentes e responsáveis
das variadas expressões da Igreja em Portugal a prática da comunhão e da colaboração
eclesial em ordem à identificação das linhas comuns de acção pastoral”.
Nas
Jornadas Pastorais do Episcopado (realizadas em Fátima, de 14 a 17 de Junho), a CEP
começa o processo de «repensar juntos a pastoral da Igreja em Portugal», revendo experiências
e ouviu o contributo de peritos em teologia e pastoral e de figuras da sociedade civil
e da cultura. De Junho deste ano a Março de 2011 far-se-á o trabalho de discernimento
pastoral.
Na assembleia Plenária de Novembro de 2011 da CEP define-se as orientações
pastorais comuns para a Igreja em Portugal e “três anos depois (2014), pelos meios
julgados oportunos, a CEP avaliará o caminho pastoral feito e os seus frutos, e, se
assim o entender, definirá a sua continuidade” – realça o documento.
Traços
da situação actual
A Igreja – nas suas múltiplas dioceses, congregações
religiosas, movimentos, novas comunidades, associações de fiéis – vive dispersa “em
inúmeras actividades, encontros, jornadas, congressos, instituições que parecem não
ter ligação entre si nem dar aquela vitalidade e inovação significativa na vida dos
cristãos, nem irradiar sinais de esperança na sociedade em que vivemos”.
O
processo de catequético, sobretudo na infância e adolescência, foi recentemente “renovado
e alargado”, mas “observa-se que, a não ser numa pequena percentagem, acaba por não
gerar cristãos vivos e empenhados”.
As cartas, notas, mensagens e outros documentos
pastorais da Conferência Episcopal têm “algum impacto no momento em que são publicados,
mas depois são esquecidos, não chegando a dar os frutos desejados”.
Ao mesmo
tempo que se “nota decréscimo em vários aspectos na Igreja em Portugal”, também há
“sinais novos”: “desenvolveu-se bastante a participação laical, quer no interior das
comunidades cristãs quer mesmo nalgumas causas” – afirma o documento.
Três
aspectos para uma «nova maneira de ser Igreja»
Analisando a situação da
Igreja em Portugal “parecem emergir três questões cuja resposta pode indicar o caminho
para as prioridades da acção pastoral”. O documento adianta: “a exigência da formação
cristã, para sermos melhores fiéis e darmos testemunho do Evangelho; o empenho criativo,
ardente e frutuoso na nova evangelização, com um modo cristão e eclesial novo de estar
e agir no mundo; a reorganização das comunidades cristãs, que passa pela descoberta
de novas formas de exercício do ministério sacerdotal e a implementação da diversidade
de ministérios eclesiais”.