Em tempos de crise económica e financeira, instituições nacionais nem as internacionais
insuficientes para orientar a economia
(16/6/2010) Em tempos de crise económica e financeira, nem as instituições nacionais
nem as internacionais, como o G8 ou o G20, são suficientes para orientar a economia
em prol do bem comum.
Palavras do Secretário do Conselho Pontifício Justiça
e Paz, D. Mário Toso, por ocasião de um congresso sobre o empresariado social realizado
esta semana em Roma.
De acordo com D. Toso, em vista de uma governance global
económica , é necessário apostar em autoridades políticas democráticas regionais:
europeias, africanas, norte-americanas, sul-americanas e asiáticas. Para este Bispo,
essas instituições poderiam unir vários Estados, para que adoptem políticas económicas
mais proporcionais aos seus problemas.
O que é preciso hoje é recuperar uma
racionalidade económica de tipo personalista, comunitária e transcendente, defendeu,
para se ter uma ''economia ao serviço do bem comum e uma democracia económica , que
é a primeira forma de justiça''.
O Secretário do Conselho Pontifício Justiça
e Paz evidenciou que a crise é a ocasião para tomar consciência da assimetria entre
o mundo económico globalizado e a política. Uma assimetria que está também na raiz
da ausência de regras e controles no âmbito financeiro. Para restabelecer uma economia
que seja ética, afirmou Dd Toso, é necessário recuperar o primado da política.
Já
o Presidente do referido Conselho Pontifício, Card. Peter Kodwo Appiak Turkson, que
não pôde estar presente, garantiu o contributo da Igreja juntamente com os Estados
e as instituições civis para a definição de uma nova governance mundial, fundada sobre
a responsabilidade e sobre a participação de todos.
Para o Card. Turkson,
a pessoa deve estar no centro dos processos e dos objectivos financeiros: "Se estiver
separada da ética, a economia precipita no colapso e na falência".