Cidade do Vaticano, 15 jun (RV) - Os colaboradores domésticos necessitam de
legislações adequadas, enquanto integram uma das categorias mais vulneráveis de trabalhadores.
Este
foi o centro de um recente discurso do Observador Permanente da Santa Sé na ONU, em
Genebra, Silvano Maria Tomasi, por ocasião da 99ª Sessão da Conferência Internacional
do Trabalho (OIT), na semana passada.
Em entrevista à Rádio Vaticano, o Arcebispo
explicou que os trabalhadores domésticos, que na Europa e nos EUA são sobretudo imigrantes,
estão expostos a um dúplice risco:
"De um lado, em muitos casos, são pessoas
que provêm ou de ambientes rurais ou de países menos desenvolvidos, e portanto não
têm garantias de que se trata de um contrato correto e não têm um mínimo de preparação
linguística ou cultural para se adaptar ao novo trabalho. Além disso, a própria natureza
do trabalho doméstico é dispersiva. Estão à mercê das famílias onde trabalham, e podem
ser vítimas de exploração."
Neste contexto, Dom Tomasi aprovou a decisão tomada
pela OIT de preparar uma nova Convenção internacional para a proteção específica desta
categoria de trabalhadores, para que existam medidas práticas e concretas que ajudem
essas pessoas a se inserirem no campo de trabalho, como, por exemplo, a possibilidade
de uma denúncia em casos de emergências ou abusos.
Seguindo a linha de Bento
XVI e da Santa Sé, mais uma vez Dom Tomasi aproveitou a ocasião para reafirmar que
a crise econômica atual é uma oportunidade para colocar a pessoa humana no centro
das preocupações econômicas: "A prioridade não é o lucro, mas os interesses e os direitos
das pessoas e de suas famílias. E salvaguardar as pessoas mais vulneráveis é uma maneira
para facilitar este processo". (BF)