Roma, 15 jun (RV) – Em tempos de crise econômica e financeira, nem as instituições
nacionais nem as internacionais, como o G8 ou o G20, são suficientes para orientar
a economia em prol do bem comum.
Palavras do Secretário do Pontifício Conselho
da Justiça e da Paz, Dom Mario Toso, por ocasião de um congresso sobre o empresariado
social realizado ontem em Roma.
De acordo com Dom Toso, em vista de uma governança
global econômica, é necessário apostar em autoridades políticas democráticas regionais:
europeias, africanas, norte-americanas, sul-americanas e asiáticas. Para o Bispo,
essas instituições poderiam unir vários Estados, para que exponham políticas econômicas
mais proporcionais aos seus problemas.
O que é preciso hoje é recuperar uma
racionalidade econômica de tipo personalista, comunitária e transcendente, defendeu,
para se ter uma ''economia a serviço do bem comum e uma democracia econômica, que
é a primeira forma de justiça''.
O Secretário do Pontifício Conselho evidenciou
que a crise é a ocasião para se conscientizar da assimetria entre o mundo econômico
globalizado e a política. Uma assimetria que está também na raiz da ausência de regras
e controles no âmbito financeiro. Para restabelecer uma economia que seja ética, afirmou
Dom Toso, é necessário recuperar o primado da política.
Já o Presidente do
Pontifício Conselho, Card. Peter Kodwo Appiak Turkson, que não pôde estar presente,
garantiu a contribuição da Igreja com os Estados e as instituições civis para a definição
de uma nova governança mundial, fundada sobre a responsabilidade e sobre a participação
de todos.
Para o Card. Turkson, a pessoa deve estar no centro dos processos
e dos objetivos financeiros: "Se desassociada da ética, a economia precipita no colapso
e na falência". (BF)