2010-06-14 14:10:35

PAQUISTÃO: LEI ANTIBLASFÊMIA


Roma, 14 jun (RV) – A Igreja no Paquistão acolheu com grande esperança a Petição Internacional lançada pelo escritório francês da organização internacional católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) para abolir a lei “antiblasfêmia”. Até o momento já são mais de 3 mil adesões. A lei antiblasfêmia regula as ofensas contra o Corão ou Maomé e castiga os que a violam com penas que podem levar até à prisão perpétua ou até mesmo à morte. Em muitos casos, esta norma foi usada arbitrariamente e utilizada como desculpa para perseguir inocentes, já que na prática basta invocá-la para que as autoridades atuem rapidamente contra quem seja acusado.

Conforme informa a agência vaticana Fides, Peter Jacob, Secretário executivo da Comissão Justiça e Paz da Conferência Episcopal do Paquistão, disse que este pedido “é uma iniciativa que é muito bem vinda. Estamos muito contentes, é um sopro de ar fresco para nós. Há anos lutamos pela abolição total desta lei e promovemos também uma petição popular no Paquistão”.

“Entre outras coisas – continuou Peter Jacob - estamos preocupados porque parece que em outros países do mundo, sobre tudo os islâmicos, há um debate se leis como esta devem ser aprovadas. Temos que criar uma maior consciência na comunidade internacional. Esperemos que com esta iniciativa a opinião pública européia se mova. Recentemente, o Parlamento Europeu adotou uma resolução que pede proteção às minorias e a liberdade religiosa no Paquistão. Esperamos que as pressões da sociedade civil no Paquistão e no exterior, sirvam para mexer com o governo paquistanês”, explicou.

Atualmente, o executivo está em absoluta imobilidade: “em princípio, o governo diz que quer defender os cidadãos inocentes que sofrem os efeitos desta lei; mas na prática, não faz nada, porque está sob a influência de grupos extremistas islâmicos”, explicou Jacob. “Temos esperança no êxito internacional desta petição”, concluiu.

Por sua parte Francis Mehboob Sada, católico e Diretor do Christian Study Center em Rawalpindi, centro ecumênico de documentação, estudo e reflexão, conhecido por seu trabalho de seguimento e informação das condições dos cristãos no Paquistão, assim como por seu compromisso no diálogo inter-religioso, também expressa seu apoio à medida.

Mehboob Sada destaca que assina a petição com muito prazer e que admira a iniciativa. “Há uma grande necessidade de derrogar esta lei que, desde 1986 até hoje, afetou mais de 50 mil pessoas e registrou mais de 1.000 condenações. As vítimas são de todas as religiões: muçulmanos, cristãos, ahmadis e de outras minorias”, destacou. (SP)







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