VIGÍLIA COM O PAPA: QUE O ANO SACERDOTAL NUNCA TERMINE
Cidade do Vaticano, 11 jun (RV) - Cerca de 14 mil sacerdotes participaram ontem
da vigília de oração com Bento XVI, na Praça S. Pedro, como parte do encerramento
do Ano Sacerdotal.
O evento, que durou três horas, foi iniciada pelo secretário
da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza, que reiterou que os sacerdotes devem
ser "fiéis ao radical chamado da santidade".
Depois, foi a vez do Prefeito
da Congregação para o Clero, Cardeal Cláudio Hummes, tomar a palavra e agradecer mais
uma vez ao Pontífice pela convocação do Ano Sacerdotal - um ano com o objetivo de
"promover o compromisso de interior renovação de todos os sacerdotes por um forte
e incisivo testemunho evangélico no mundo de hoje".
"Cada sacerdote sabe bem
que nunca está concluído o caminho de conversão" – afirmou o Cardeal, acrescentando
que este caminho se inicia no seminário e que prossegue durante toda a existência
terrena e "queremos que o Ano Sacerdotal não termine nunca".
Dom Cláudio manifestou
ainda sua gratidão ao Papa, "por tudo o que fez, o que está fazendo e o que fará por
todos os sacerdotes, também por aqueles perdidos".
"Sabemos que Sua Santidade
já perdoou e sempre perdoa a dor que alguns lhe provocaram. Esteja certo de que o
corpo sacerdotal como tal deseja ingressar, com o Senhor, no diálogo de amor entre
Jesus e Pedro", completou.
A seguir, Bento XVI respondeu a perguntas feitas
por cinco sacerdotes, cada um representando um continente.
O Papa reiterou
que o sacerdócio não é uma profissão como as outras e que, portanto, demanda "disponibilidade
para servir a Deus".
"Sei que há muitos párocos no mundo que dão todas as
suas energias para servir o Senhor e suas comunidades. A todos, quero fazer um grande
agradecimento neste momento" – disse.
Por outro lado, Bento XVI reconheceu
que "não é possível fazer tudo o que se deseja ou o que se deveria fazer, porque as
nossas forças são limitadas e a sociedade é sempre mais diversificada e complicada".
O importante não é fazer por fazer, mas sim fixar as prioridades, completou.
Ao
falar sobre a teologia, o Pontífice advertiu que há um tipo que é "aparentemente científica",
inspirada na "arrogância da razão", que "escurece a presença de Deus no mundo".
Nesse
sentido, convidou os sacerdotes a estarem abertos ao novo e que saibam distinguir
criticamente entre a "moda" e a verdadeira novidade.
Sobre o celibato, afirmou
que se trata de um modo de transcender a vida terrena: "Para um mundo em que Deus
não entra, o celibato é um grande escândalo".
"Pode surpreender esta crítica
em uma época em que está na moda não se casar, mas o celibato dos sacerdotes é algo
completamente diferente, não um viver por si só e não aceitar algum vínculo definitivo,
mas o contrário" – explicou.
"É um sim definitivo, tornando-se parte de Deus"
– concluiu. (BF)