TRABALHO INFANTIL: 150 MILHÕES DE CRIANÇAS EXPLORADAS NO MUNDO
Roma, 11 jun (RV) – Mais de 150 milhões de crianças, dos 5 aos 14 anos de idade,
são exploradas em todo o mundo, pelo mundo do trabalho.
Essa é a estimativa
do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que – por ocasião do XI Dia Mundial
contra o Trabalho Infantil, que se celebra amanhã, 12 de junho, dedicado ao tema "Faça
um gol: elimine o trabalho infantil!" – pede aos governos um renovado empenho.
"Sabemos
que os progressos alcançados na realização dos Objetivos do Milênio, no que diz respeito
à educação à eliminação da pobreza, à paridade sexual e a luta contra o HIV/Aids vêm
sendo sistematicamente minados pelo trabalho infantil, e que nenhuma política pode
– isolada e unilateralmente – acabar com a exploração da mão-de-obra infantil" – disse
a chefe do setor de Proteção das Crianças, do Unicef, Susan Bissell.
As
últimas estimativas globais falam de uma diminuição da exploração da mão-de-obra infantil,
mas esses progressos são limitados à África subsaariana, onde – na verdade – os dados
mais recentes indicam uma piora da situação, com uma criança a cada quatro, envolvida
no trabalho: um dos mais altos percentuais do mundo. De fato, esse percentual na Ásia
e Pacífico é de uma a cada oito; e na América Latina e Caribe, de uma a cada dez crianças.
Esses dados, todavia, são apenas uma ponta do iceberg, uma vez que
os filhos de migrantes, os órfãos, as crianças vítimas de tráfico de seres humanos
e sobretudo as meninas são, habitualmente, quase que excluídos das pesquisas que se
baseiam em dados relativos às famílias. "É preciso desenvolver novos sistemas de coleta
de dados, para assegurar que essas "crianças invisíveis" – ou seja, as crianças não
consideradas nas pesquisas – se tornem visíveis e possam ser ajudadas" – adverte o
Unicef. (AF)