2010-06-09 19:46:05

IRMÃ DULCE: CORPO MUMIFICADO PODE SER SINAL DA FÉ


Salvador, 09 jun (RV) - A exumação do corpo de Ir. Dulce – última etapa antes que Bento XVI proclame a religiosa baiana bem-aventurada – surpreendeu os membros da comissão da Igreja Católica que acompanharam o ritual, em Salvador, no dia 27 de maio. O corpo da religiosa, que morreu em março de 1992, estava mumificado e o hábito que ela vestia, preservado.

Chamados de "incorruptos", os corpos de santos e bem-aventurados, por definição, possuiriam a propriedade, considerada miraculosa, de não se decomporem após a morte, sem que tenham sido usados métodos de embalsamamento sobre eles.

A incorrupção do corpo é um símbolo, um sinal da ressurreição prometida. Todos nós professamos a fé de que ressuscitaremos e ressuscitaremos em corpo, não só em espírito. Esses corpos intactos são um anúncio dessa ressurreição e da incorrupção final através da fé – afirmou o reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Pe. Jesus Hortal.

O delegado nomeado pelo cardeal-arcebispo de Salvador, Geraldo Majella Agnelo, para acompanhar a exumação do corpo da religiosa, Fr. Ruy Lopes, prefere adotar um tom mais comedido para falar sobre o fenômeno.

"Em princípio, não vemos a conservação do corpo como algo miraculoso, mas sim natural" – disse o religioso.

Para Fr. Lopes, um momento emocionante após a abertura do túmulo foi a declaração de uma senhora que trabalha há 40 anos, na sede das Obras Sociais de Ir. Dulce: "Ao ver aquele rosto mumificado, sem lábios, de coloração marrom quase negro, Dona Iraci viu a face dos tantos doentes que Irmã Dulce atendia, e disse: "Ela é agora aqueles a quem acolheu!"

Admiradores da obra de Irmã Dulce acompanharam a missa solene em homenagem ao "Anjo bom da Bahia", nesta quarta-feira, dia 9, na Igreja da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, no Largo de Roma, celebrada pelo cardeal- arcebispo primaz do Brasil, Geraldo Majella Agnelo. O Prefeito João Henrique e o ex-ministro Geddel Vieira Lima, além de autoridades eclesiásticas, também assistiram à celebração.

O corpo de Irmã Dulce foi exposto pela última vez, no altar da igreja, durante a missa. Depois da cerimônia, o corpo foi levado para a Capela das Relíquias, que fica na mesma igreja, onde teve lugar uma celebração reservada apenas às autoridades eclesiásticas. Após o ritual, a capela será aberta para visitação pública e a população poderá ver o túmulo (fechado) onde o corpo do "Anjo bom da Bahia" foi sepultado definitivamente.

Parte das relíquias será transportada para outras cidades brasileiras, de acordo com a sobrinha de Irmã Dulce e diretora superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce, Maria Rita Pontes.

A transferência das relíquias (parte ou todo o corpo de bem-aventurados e santos) é a última etapa antes de Bento XVI proclamá-la bem-aventurada. A beatificação depende da validação do milagre em estudos pela Congregação das Causas dos Santos. A Santa Sé concedeu o aval jurídico para o milagre em junho de 2003. Irmã Dulce foi declarada Venerável em abril de 2009. (AF)








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